Notícia
“A dívida portuguesa é claramente sustentável”
Albuquerque e Portas frisam que “não faz qualquer sentido” falar em segundo resgate e dizem ser também “prematuro” equacionar um programa cautelar como o que está a ser preparado para a Irlanda para servir de “rede de segurança” no pós-troika
A ministra das Finanças assegurou esta quinta-feira que a dívida pública portuguesa “é claramente sustentável”, frisando que isso “não só é afirmado por nós como por todos os nossos credores” pelo que "não vê em que contexto" é que se pode falar da eventualidade de um segundo resgate, como sucedeu na Grécia.
Falando na apresentação dos resultados da oitava e nova avaliações da troika, Maria Luís Albuquerque disse que o pleno regresso aos mercados financeiros em 2014 depende da confiança dos investidores, mas que a intenção de Portugal é a de retomar a emissão regular de obrigações no próximo ano, sublinhando que essa é uma condição para o próprio fecho do programa de assistência.
Sobre a negociação de um programa cautelar, como o que estará a ser preparado para Irlanda para servir de “rede de segurança” no pós-troika, a ministra disse ser “prematuro” abordar essa questão para Portugal. “Para a Irlanda, que termina neste ano o seu programa de assistência financeira, esse assunto não está de todo decidido. A seu tempo, se e quando for relevante para Portugal, estas questões serão esclarecidas”.
“Um resgate não é um programa cautelar”, sublinhou por seu turno, Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, segundo o qual Portugal está agora mais “perto do fim desta fase do protectorado em que ficámos em Maio de 2010”.
Maria Luís Albuquerque confirmou a revisão em alta do rácio da dívida pública neste ano para 127,8% do PIB, explicando, como o fizera aquando do recente reporte do INE a Bruxelas, que a nova estimativa “não têm consequências para a sustentabilidade da dívida pública portuguesa, numa perspectiva de médio e longo prazo”. Excluindo depósitos da Administração Central a dívida pública deverá ser 119,4% do PIB no final de 2013.