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6,7% dos portugueses vive sobrecarregado com despesas de habitação

Em 2017, 6,7% dos portugueses vivia em famílias que gastavam mais de 40% em despesas relacionadas com a habitação, um patamar que se considera já representar uma sobrecarga destas despesas. A percentagem baixou 0,8 pontos relativamente a 2016, segundo o INE.

Bruno Simão/Negócios
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A proporção de portugueses que gasta mais do que o recomendável em despesas de habitação fixou-se nos 6,7% em 2017. A percentagem representa um alívio face ao ano anterior e deve-se sobretudo a uma melhoria das condições nos agregados mais pobres.

Em causa está a chamada "taxa de sobrecarga das despesas em habitação", um indicador que compara as despesas globais com habitação das famílias (renda ou empréstimos à habitação, seguros, água, luz, condomínio) com o seu rendimento global (deduzido de eventuais apoios públicos que possam existir). Se este rácio ultrapassar os 40%, então considera-se que há uma "sobrecarga" das despesas de educação no orçamento familiar.

De acordo com os números avançados esta segunda-feira, 7 de Maio, pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2017 estavam em situação de sobrecarga 6,7% das pessoas integradas em famílias com estas características, uma percentagem que compara com os 7,5% registados em 2016. Esta redução fez sentir-se sobretudo nos dois quintis de rendimentos mais baixos, isto é, nos 40% de agregados com menores rendimentos.

No destaque em que actualiza as estatísticas sobre rendimento e condições de vida, o INE dá ainda conta de uma descida da população que vive com insuficiência de espaço habitacional: em 2017, estava nesta situação 9,3% das pessoas, menos 1 ponto percentual do que um ano antes. O fenómeno afecta sobretudo quem vive em famílias pobres, com crianças ou que vivem em áreas muito povoadas.

Igualmente em queda está a proporção de pessoas que vive em "condições severas de privação habitacional", um indicador que pretende avaliar as condições físicas e sanitárias dos alojamentos. No ano passado, segundo o INE, 4% das pessoas integrava agregados familiares que enfrentava estas condições severas, menos 0,9 pontos percentuais face a 201, isto é, que não tinham casa de banho ou duche no alojamento, não tinham sanita com autoclismo, vivem com paredes e soalho húmido e apodrecido , ou sem luz natural suficiente.



Rendimento disponível aquém do pré-troika

Ainda segundo o INE, em 2016 cada família viveu com 18.396 euros por ano (1533 euros por mês, se considerarmos 12 meses), um valor que tem vindo sempre a aumentar desde 2013 mas que, ainda assim, se encontra aquém dos níveis pré-crise (em 2009, eram 18.734 euros por ano, a preços correntes).

 

A publicação confirma ainda que em 2016 havia 18,3% da população em risco de pobreza, a viver com menos de 454 euros por mês. São menos 0,7 pontos percentuais do que os níveis registado sem 2015 mas que também não conseguiram recuperar para os níveis pré-troika.

Além disso, dão conta de uma tendência relevante: apesar de a pobreza ter aliviado entre crianças e jovens, ela continua a agravar-se para desempregados. Em 2016, 44,8% das pessoas das pessoas sem trabalho remunerado vivia com menos de 454 euros por mês, uma percentagem que bate todos os recordes, mesmo face à crise.






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