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Tusk conta como encostou Merkel e Tsipras à parede na cimeira do euro

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, conta que ameaçou Merkel e Tsipras, quando estes tentaram abandonar as negociações na cimeira do passado fim-de-semana. "Eu disse-lhes: 'Se vocês pararem estas negociações, estou pronto para dizer publicamente que a Europa está à beira da catástrofe por causa de 2,5 mil milhões de euros’".

Reuters
17 de Julho de 2015 às 12:16
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Depois da maratona de 17 horas de negociações que resultou num acordo entre a Grécia e os credores, o Financial Times avançava com detalhes das reuniões. Segundo a publicação económica, Merkel e Tsipras tentaram abandonar as negociações depois de uma longa noite de trabalho, tendo sido dissuadidos por Donald Tusk.

 

O presidente do Conselho Europeu confirma, agora, a história. Às sete da manhã da passada segunda-feira, sentiu, pela primeira vez que o risco era "próximo e real". Merkel e Tsipras quiseram sair da sala, e Tusk teve a certeza que seria o fim das negociações.

 

"Houve um momento em que senti que o risco estava próximo e era real. Eram cerca das sete horas da manhã, quando ambos – Merkel e Tsipras – quiseram uma pausa. Para mim, era absolutamente claro que seria o fim das negociações. Na verdade, eles queriam parar a cimeira, mas não estavam prontos para dizer 'isto é o fim', e aquilo foi uma desculpa", conta Donald Tusk, numa entrevista concedida a várias publicações internacionais. "Mas foi muito espontâneo. É também por isso que era tão perigoso, porque era uma reacção autêntica, era fadiga, e irritação também. Estavam ambos absolutamente certos de que se haviam comprometido demais".

 

O presidente do Conselho Europeu relata que foi um momento "interessantes" porque, no final de contas, as divergências eram muito pequenas naquela altura: cerca de 2,5 mil milhões de euros.

 

"No final, a discussão era sobre quanto dinheiro - dinheiro virtual - do fundo de privatizações iria para investimento e quanto iria para a dívida. A posição da chanceler era de 10 mil milhões para investimento, e a de Tsipras era de 15 mil milhões. E a proposta era de 12,5 mil milhões para investimento. Para ambos, a diferença era de cerca de 2,5 mil milhões", conta Tusk. "Eu disse-lhes: 'Se vocês pararem estas negociações, estou pronto para dizer publicamente que a Europa está à beira da catástrofe por causa de 2,5 mil milhões de euros’".

 

Segundo o presidente do Conselho Europeu, François Hollande foi "muito útil" no contexto das negociações, devido ao seu temperamento.

 

"Esta foi uma oportunidade para o presidente Hollande não ser responsável ou um árbitro, mas uma pessoa muito activa e muito útil quando se trata de moderar ou acalmar as emoções", refere o político polaco. 

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