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Ministro alemão das Finanças vem a Lisboa falar com Centeno sobre orçamento do euro
O também vice-chanceler Olaf Scholz visita Portugal na próxima quinta-feira para discutir com Mário Centeno as questões em cima da mesa a propósito da reforma da Zona Euro, sabe o Negócios. A criação de um orçamento para o euro será o prato forte.
Trata-se de uma visita de trabalho - patamar inferior a uma visita oficial - que será aproveitada pelo também vice-chanceler germânico para acertar agulhas com o ministro português das Finanças sobre os dados mais recentes relativos à reforma da Zona Euro, em particular a criação de um orçamento para o bloco da moeda única.
Esta é a primeira viagem do social-democrata Scholz desde que assumiu as Finanças alemãs em março do ano passado, após vários meses de impasse político que dificultaram a formação de governo. Este membro do partido júnior (SPD) da coligação de governo germânica sucede assim à chanceler Angela Merkel, que esteve em Portugal no final de maio de 2018. Depois de Lisboa, Olaf Scholz segue para Madrid onde irá encontrar-se com a ministra espanhola das Finanças em funções, María Jesús Montero.
O governante alemão está a medir o pulso dos governos europeus no âmbito dos avanços conseguidos na frente europeia com vista à criação de um orçamento para a moeda única. Esta sexta-feira, a Reuters noticiou um documento de trabalho do governo alemão que diz respeito a um acordo entre Berlim e Paris para uma proposta que permita dotar a Zona Euro de capacidade orçamental de forma a apoiar o crescimento económico, a convergência e a competitividade dos países-membros da moeda única.
O encontro de Scholz com Centeno assume particular relevância tendo em conta que o português é não apenas o responsável pelas Finanças lusas mas também o líder dos ministros das Finanças do euro. Além do orçamento, a criação de um sistema europeu de garantia de depósitos (EDIS) será outro tema forte em cima da mesa na conversa.
Porém, a discussão acerca do EDIS não terá avanços no imediato, até porque o Eurogrupo aguarda ainda pelo relatório técnico que só será conhecido e discutido em junho. O Negócios sabe que o governo alemão se opôs a este seguro comum considerando que primeiro era necessário reduzir os níveis de crédito malparado da banca de vários países, entre os quais Portugal.
Tal como o instrumento orçamental, este fundo comum de depósitos foi o outro grande objetivo a não constar do pacote de medidas aprovadas em dezembro último para o aprofundamento da integração da Zona Euro. Contudo não se esperam para já grandes avanços sobre o EDIS, desde logo porque só em junho o Eurogrupo espera avaliar o relatório técnico que está a ser trabalhado sobre esta questão.