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Inflação na zona euro dispara para 7,5% em março

A inflação homóloga na zona euro aumentou significativamente, para 7,5%, superando as expectativas dos analistas. Os preços da energia estão 44,7% mais elevados do que em março de 2021, prometendo abrandar a recuperação económica.

Reuters
A taxa de inflação homóloga da zona euro disparou em março para 7,5%, contra os 5,9% que tinham sido registados em fevereiro, superando as expectativas dos analistas. Os dados correspondem à primeira estimativa, ainda provisória, divulgada esta sexta-feira pelo Eurostat, e mostram como os preços da energia continuam a subir a pique.

O valor estimado para março é o mais alto desde o início da série estatística do Eurostat, que recua a janeiro de 1997. E mesmo nos anteriores períodos de alta dos preços, nenhum foi comparável ao que se atravessa neste momento no conjunto dos países da moeda única - em 2008, quando a inflação estava também elevada tendo em conta a meta definida pelo Banco Central Europeu, o máximo tinha sido de 4,1%, em julho.

Agora, a inflação continua a subir com o forte contributo dos preços dos produtos energéticos. O Eurostat estima que a inflação homóloga neste tipo de bens tenha atingido 44,7%, um forte aumento face ao valor de fevereiro, que estava em 32%.

Esta dinâmica resulta da guerra em território europeu, provocada pela invasão russa da Ucrânia, e das sanções adotadas pelo ocidente para tentar travar a ofensiva russa. Os preços do gás e do petróleo, bem como de várias outras matérias-primas, dispararam nos mercados internacionais.

O Eurostat adianta ainda que a inflação dos bens alimentares, tabaco e álcool já está em 5%, acima dos 4,2% de fevereiro. Os bens industriais não energéticos atingiram uma inflação de 3,4% e os serviços continuam com uma evolução dos preços mais contida, fixando-se em 2,7%, depois dos 2,5% de fevereiro.

Olhando para a inflação subjacente, que desconta do índice de preços os bens energéticos e alimentares (cuja variação é habitualmente maior), a subida também se verifica, mas a um ritmo bastante menos intenso. O Eurostat estima este indicador nos 3,2%, acima dos 2,9% que tinham sido atingidos em fevereiro. Este agregado é importante para avaliar em que medida a alta dos preços será mais, ou menos, persistente no tempo, dando origem aos chamados efeitos de segunda ordem.


Inflação em Portugal é das mais baixas
A taxa de inflação em Portugal continua a ser das mais baixas da zona euro. O índice harmonizado de preços para o país avançou 5,5%, ficando apenas acima dos valores para Malta e França, que registaram 4,6% e 5,1%, respetivamente.

Entre os países com uma inflação mais elevada estão a Lituânia (15,6%), a Estónia (14,8%) e os Países Baixos (11,9%). A grande disparidade dentro da zona euro explica-se, entre outros fatores, pela exposição das economias aos preços do gás e do petróleo. 


(Notícia atualizada às 11:12 com mais informação)

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