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IHS: Atividade privada volta a contrair e aumenta probabilidade de queda do PIB no 1º trimestre

O setor dos serviços ditou nova contração da atividade privada em dezembro, na Zona Euro, agravando o risco de uma queda do PIB também no primeiro trimestre deste ano, segundo a IHS Markit.

O consumo caiu, não tanto por falta de rendimentos, mas pelas restrições e receio provocado pela pandemia.
Rob Engelaar/EPA
06 de Janeiro de 2021 às 10:40
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A atividade do setor privado na Zona Euro contraiu, em dezembro, pelo segundo mês consecutivo, e a um ritmo mais acelerado do que o estimado, sobretudo devido à contração do setor dos serviços, fortemente penalizado pelo reforço das medidas de distanciamento social.

Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela IHS Markit, o PMI compósito da Zona Euro, que mede a atividade da indústria e serviços, subiu de 45,3 pontos em novembro para 49,1 pontos em dezembro, abaixo da primeira estimativa que apontava para os 49,8 pontos.

Apesar da melhoria face a novembro, o indicador - que é obtido a partir de inquéritos junto de cerca de 5.000 representantes de empresas do setor industrial e dos serviços - permaneceu abaixo da marca dos 50 pontos, a leitura que separa a contração da expansão.

Tal como aconteceu nos meses anteriores, os serviços foram o principal responsável pela quebra da atividade, com o indicador específico para este setor a fixar-se nos 46,4 pontos em dezembro, bem abaixo da marca dos 50 pontos. O indicador específico para a indústria já tinha sido revelado na segunda-feira: foi 55,2 pontos no último mês do ano, o valor mais alto desde maio de 2018, e que sinalizou crescimento pelo sexto mês consecutivo.

Há assim uma clara divergência entre os dois setores, com a indústria a conseguir resistir aos confinamentos e os serviços a continuarem penalizados pelas medidas de distanciamento social, que foram reforçadas por alguns países na reta final do ano.

Também entre os membros do euro há grandes divergências. A Irlanda foi a economia com melhor desempenho – beneficiando de um aumento temporário da procura devido à aproximação do fim do período de transição do Brexit – seguida pela Alemanha, onde o crescimento foi mais uma vez impulsionado pelo forte desempenho das exportações.

Em contraste, todos os outros países registaram uma contração, embora as taxas de declínio tenham diminuído notavelmente em França e Espanha. Itália teve o pior desempenho, uma vez que a atividade do setor dos serviços continuou a contrair acentuadamente, anulando o crescimento modesto da indústria.

Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit, alerta que "o pior ainda está para vir antes de as coisas melhorarem", especialmente porque os dados foram recolhidos antes da notícia da nova estirpe do vírus. "A atividade do setor dos serviços, em particular, deve continuar limitada pelas medidas de distanciamento social nos primeiros meses do novo ano. O risco de uma recessão técnica, com o PIB a cair também no primeiro trimestre, aumentou", acrescenta.

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