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Hollande defende a criação de um governo da Zona Euro
O presidente francês acredita que a Zona Euro precisa de um orçamento e de um parlamento "para garantir o controlo democrático".
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François Hollande defendeu este domingo a criação de um governo da Zona Euro, ideia já defendida pelo antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors. Num artigo publicado no Le Journal du Dimanche, o presidente francês escreveu ainda que a Zona Euro necessita de um orçamento específico e de um parlamento que garanta o "controlo democrático". Para isso, acrescentou, faz falta uma "organização reforçada". A Europa "não pode reduzir-se a regras, mecanismos ou disciplinas".
Hollande referiu-se, directamente, ao caso grego para afirmar que na semana passada a Zona Euro conseguiu "reafirmar a sua coesão com a Grécia" ao chegar a um acordo para um terceiro plano de resgate. No entanto, "prevaleceu" a ideia de que os mecanismos institucionais não podem continuar como estão. O chefe de Estado francês lamentou que a Europa tenha "deixado as suas instituições debilitarem-se" e que os governos dos 28 Estados-membros tenham dificuldades para concertar uma maior integração.
Após vários meses de duras negociações, os 19 chegaram a acordo sobre a Grécia na passada segunda-feira. Foi necessária uma maratona negocial de mais de 17 horas para ficarem definidas as reformas que Atenas tem que implementar em troca do terceiro resgate. O acordo coloca de parte um perdão de dívida mas admite a possibilidade de esticar prazos de carência e as maturidades dos empréstimos. Isso mesmo foi ontem reiterado por Angela Merkel. A chanceler rejeita uma redução "clássica" da dívida grega mas admite novos alívios financeiros, desde que Atenas conclua com sucesso a primeira avaliação do programa de ajustamento financeiro.
As reformas exigidas a Atenas no âmbito do terceiro resgate já provocaram baixas no Executivo de Alexis Tsipras. O primeiro-ministro remodelou 10 membros do seu governo e os novos ministros, vice-ministros e ministros-adjuntos tomaram posse este sábado. A mudança mais significativa foi a do ministro da Energia, Panayotis Lafazanis, que fez parte dos 32 deputados do Syriza que votaram contra as reformas no parlamento grego.