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FMI vai rever crescimento da zona euro em ligeira baixa. Há riscos à espreita

O Fundo Monetário Internacional vai rever em baixa ligeira as previsões de crescimento para a zona euro, na próxima actualização do World Economic Outlook, em Julho, adiantou Christine Lagarde, esta quinta-feira. A líder do FMI esteve na reunião do Eurogrupo a discutir as conclusões da avaliação à economia da zona euro, ao abrigo do artigo IV.

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"Vamos actualizar as previsões e revê-las ligeiramente em baixa. Não esperamos um abrandamento pronunciado", disse Christine Lagarde, sublinhando que a economia continuará a ser apoiada pela política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu.

 

A líder do FMI explicou que a economia da zona euro já atingiu o pico e que é natural que o ciclo económico amadureça e o ritmo do crescimento abrande. É o que está a acontecer com a zona euro. Ainda assim, a economia da moeda única continua com um crescimento "forte" e "amigo do emprego".

 

Os três riscos para a zona euro

 

Christine Lagarde destacou três riscos para a zona euro. Primeiro, as tensões no comércio mundial. "O impacto directo é mínimo", frisou, "mas na confiança é significativo", explicou a directora-geral do FMI.

 

Segundo, a negociação do Brexit, onde o FMI vê poucos avanços. Por fim, "a rápida reacção dos mercados financeiros" a eventuais reversões de medidas estruturais.

Neste sentido, Lagarde notou que o FMI concorda com a política decidida pelo Banco Central Europeu, de manter as taxas de juro baixas durante um período prolongado de tempo e defende que a comunicação clara sobre as medidas de política "deve continuar".

 

As cinco recomendações de política

 

Perante a avaliação feita à zona euro, Christine Lagarde destacou cinco recomendações de política para os líderes da moeda única.

 

1. "As almofadas orçamentais devem ser reconstruídas", defendeu Lagarde, recuperando a ideia de que "é quando o sol brilha que se deve arranjar o telhado";

 

2. As reformas estruturais devem continuar, sendo que o FMI considera que têm sido implementadas algumas, mas não em todas as áreas, como por exemplo o mercado de trabalho.

 

3. Manter a abertura ao comércio". A mensagem foi directa para a Alemanha e para a Holanda, que continuam a manter excedentes comerciais demasiado elevados.

 

4. É preciso continuar a melhorar a resistência do sistema bancário, nomeadamente através da redução do stock de malparado e da melhoria da rentabilidade.

5. Melhorar a arquitectura da zona euro. Neste capítulo, Lagarde sublinhou a importância da união do mercado de capitais, bem como do Fundo de Garantia de Depósitos Europeu. "Todos concordam que é indispensável, mas alguns países dizem que não querem avançar sem outros limparem o seu malparado para menos de 5%", disse a presidente executiva do FMI, explicando que a divergência é sobretudo de timing. "A nossa opção é que devia ser mais cedo do que tarde porque pode levar algum tempo a limpar o malparado", somou. 

Lagarde aproveitou ainda para recordar a proposta do FMI de avançar com a criação de uma capacidade orçamental centralizada para a zona euro, uma espécie de "fundo para os dias de chuva", a que os países possam recorrer em períodos de dificuldades. Este fundo seria criado através de contribuições de todos os países, de 0,35% dos respectivos PIB.

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