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Eurogrupo afasta financiamento de transição para a Grécia

"Não fazemos financiamentos de transição", disse esta sexta-feira Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, afastando assim uma das pretensões do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis.

Reuters
06 de Fevereiro de 2015 às 14:59
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O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afastou esta sexta-feira, 6 de Fevereiro, a possibilidade das instituições europeias concederem um financiamento de transição à Grécia,  para fazer a "ponte" entre o programa da troika, que expira no fim deste mês, e o "novo acordo global" que Atenas espera poder acordar com a Europa na Primavera.

 

Foi isso que pediu ontem o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, após a reunião com o seu homólogo alemão em Berlim, tendo mostrado disponibilidade para que a esse financiamento ficasse associado um programa.

 

Mas Jeroen Dijsselbloem afastou desde já esse objectivo grego. "Não fazemos financiamentos de transição", disse o presidente do Eurogrupo esta sexta-feira, em declarações citadas pela Bloomberg.

 

Na quinta-feira, numa conferência de imprensa conjunta com Wolfgang Schäuble, o ministro grego detalhou que a Grécia defende um "programa de transição desde agora até ao final de Maio, que dê espaço – a todos nós – para chegar a um entendimento num curto espaço de tempo".

 

O novo Governo grego decidiu não receber a última tranche da troika, de 7 mil milhões de euros, por não concordar com as medidas que estão no programa que termina no final de Fevereiro, pois implicam a adopção de mais medidas de austeridade. Ao invés, a Grécia pretende continua a ser financiada pela Europa através de um financiamento de transição e temporário, até que chegue a acordo para implementar um "novo acordo global".

 

Esta recusa do Eurogrupo pressiona ainda mais o novo Governo grego, depois do BCE ter anunciado na quarta-feira que vai deixar de aceitar dívida pública grega como colateral nos empréstimos que concede aos bancos da Zona Euro.

    

Varoufakis pode assim surgir numa posição ainda mais frágil no Eurogrupo que vai decorrer na quarta-feira para debater a situação da Grécia.

 

Os ministros europeus das Finanças reúnem-se a título extraordinário e o objectivo é precisamente tentar mastigar uma proposta de entendimento que permita evitar um embate frontal ao mais alto nível no dia seguinte, que marcará a estreia de Alexis Tsipras em cimeiras europeias. Um qualquer compromisso terá de passar por Atenas aceitar solucionar parte do "buraco" de 1,7 mil milhões de euros que havia sido identificado pela troika no Orçamento deste ano e que motivou o congelamento das transferências. O problema é qualquer medida dificilmente não será entendida na Grécia como mais "austeridade".

 

O porta-voz do ministro das Finanças alemão, Martin Jäger, pediu hoje à Grécia que apresente propostas concretas até à reunião do Eurogrupo.

  

"Não é claro neste momento qual é a posição exacta do Governo grego sobre as questões discutidas" e sobre o que deve acontecer nas próximas semanas quando se aproxima o fim do programa", acrescentou o porta-voz de Schäuble, citado pela Lusa. 

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