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Eslováquia recusa mais ajuda financeira à Grécia

O primeiro-ministro Robert Fico diz que a Eslováquia está "calma" perante a possibilidade de a Grécia sair da Zona Euro se o país se recusar a honrar os seus compromissos e diz ser "impossível" explicar aos eslovacos que têm que pagar salários e pensões na Grécia.

Bloomberg
Negócios 19 de Fevereiro de 2015 às 17:22
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Citando as dificuldades vividas pelos eslovacos, o primeiro-ministro do país veio hoje defender que as autoridades europeias devem impor medidas difíceis à Grécia, de modo a assegurar que o país é capaz de reembolsar os empréstimos que já foram enviados para Atenas.

 

Numa entrevista ao Financial Times, Robert Fico rejeitou a possibilidade de a Eslováquia participar num novo apoio financeiro à Grécia, mostrando-se contra o alívio do pacote de medidas que consta no actual programa de ajustamento, que termina no final deste mês.

 

"Esta é uma linha vermelha para nós. É impossível explicar às pessoas que os pobres da Eslováquia … devem compensar a Grécia", afirmou o primeiro-ministro do país da Europa de Leste, que entrou no euro em 2009. "Explicar aos eslovacos que temos que dar dinheiro à Grécia para pagar salários e pensões? Impossível. Impossível," reiterou.

 

Esta posição da Eslováquia surge no dia em que a Grécia solicitou uma extensão por seis meses dos empréstimos europeus, sendo que está agendada para amanhã uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças da Zona Euro para debater o assunto.

 

Também a Alemanha já fez saber que o pedido de extensão dos empréstimos, que foi solicitado pelo ministro grego das Finanças não oferece uma solução "substantiva" para o problema da sustentabilidade financeira da Grécia e não está em linha com a decisão do Eurogrupo desta segunda-feira.

 

O primeiro-ministro eslovaco lembrou que o anterior governo grego "aceitou as condições da assistência financeira", sendo que "não é possível que venha um novo governo e declare imediatamente: não vamos respeitar isto".

 

Fico criticou ainda o novo governo grego por ao mesmo tempo que diz pretender reduzir o valor da dívida, venha pedir mais empréstimos e depois dá energia gratuita às pessoas".

 

O primeiro-ministro eslovaco, que segundo o Financial Times foi um duro crítico das medidas de austeridade impostas ao seu país, afirmou ao jornal que só aceitará medidas concretas por parte da Grécia que assegurem que "dentro de 10, 15, 20 anos, a Grécia vai ser capaz de pagar o que recebeu".

 

Quanto a um perdão de parte da dívida grega, Fico mostrou-se totalmente contra. "Porque razão deveria o povo eslovaco pagar uma parcela da dívida" da Grécia, questionou.

 

A oposição da Eslováquia na ajuda à Grécia não é de hoje. O país foi o único que se recusou, em 2010, a conceder um segundo empréstimo bilateral à Grécia.  

 

Quanto à possibilidade de a Grécia ter que sair do euro em resultado do diferendo com os parceiros europeus, o primeiro-ministro disse que a Eslováquia estava "calma" perante tal cenário. "A Europa está melhor preparada para enfrentar choques", respondeu.

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