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Economistas antecipam mais estímulos do BCE em 2016
Segundo projecções divulgadas pela Bloomberg, mais de 60% dos economistas acredita que o BCE vai anunciar mais estímulos à economia este ano. As opiniões sobre o 'timing' dividem-se: ou será em Março ou em Junho.
A forte queda do preço do petróleo e a deterioração das estimativas para a inflação na Zona Euro poderão levar o Banco Central Europeu (BCE) a anunciar um reforço dos estímulos à economia este ano. Esta é a previsão de mais de metade dos economistas consultados pela Bloomberg numa projecção divulgada esta segunda-feira, 18 de Janeiro.
Mais de 60% dos inquiridos acredita que Mario Draghi vai anunciar mais estímulos em 2016, um aumento face aos 40% que antecipava este cenário, em Dezembro. Deste grupo, 57% prevê que o presidente do BCE vai aumentar o valor mensal do seu programa de compra de activos – actualmente de 60 mil milhões de euros – enquanto 53% antecipa um novo corte da taxa de depósito.
Desde que o BCE deu início ao seu programa de alívio quantitativo (QE, na sigla inglesa), há dez meses, os preços na Zona Euro praticamente não subiram, mantendo o banco central muito afastado da sua meta para a inflação de 2%.
"Se os preços do petróleo se mantiverem nestes níveis, o BCE não irá, provavelmente, sentar-se e esperar pelo melhor", refere Holger Sandte, analista da Nordea Markets, em Copenhaga, em declarações à Bloomberg. "Poderemos ter mais estímulos em Março".
A inflação na Zona Euro manteve-se em 0,2% em Dezembro, um valor mais baixo do que o previsto. Os analistas acreditam que a taxa deverá descer abaixo de zero nos próximos meses, antes de recuperar no segundo semestre do ano.
De acordo com a projecção divulgada pela agência noticiosa, 45% dos economistas acredita que o BCE anunciará mais estímulos na reunião de 10 de Março, 45% prevê que o BCE actuará em Junho, e 10% antecipa que a autoridade monetária vai aguardar até Setembro.
Apesar das dificuldades em impulsionar o crescimento dos preços na região, o BCE continua a merecer a confiança dos economistas. Mais de 80% dos inquiridos dizem que o presidente da autoridade monetária vai cumprir o seu objectivo para a inflação antes do final do seu mandato, em Outubro de 2019. Quase 90% acredita que o banco central vai começar a subir os juros antes da saída de Draghi.
Na projecção mensal publicada pela Bloomberg, esta segunda-feira, os economistas mantêm as suas estimativas de crescimento para a Zona Euro em 1,7% em 2016 e 2017, e mostram-se mais optimistas sobre a evolução do desemprego. A taxa de desemprego da região foi revista em baixa de 10,5% para 10,4%, este ano, e de 10,1% para 10% em 2017.