O número de novos desempregados na Grécia não pára de aumentar. Em Junho, a taxa de desemprego voltou a atingir um novo máximo, fixando-se em 27,9%, mais três décimas percentuais que o valor registado em Maio. No período homólogo de 2012, a taxa de população activa sem emprego era de 24,6%.

Este é o valor mais elevado registado pelo serviço estatístico helénico, o ELSTAT, desde que começou a recolher dados relativos ao desemprego, em 2006. Actualmente, cerca de 1,4 milhões de gregos não tem emprego e as projecções apontam para que continue a aumentar até começar gradualmente a diminuir em 2015.

O novo valor registado é mais que o dobro da taxa de desemprego média da Zona Euro, que se fixou em 12,1% em Julho. Se os valores actuais forem comparados com os valores de 2008, ano em que a crise começou, verifica-se que a percentagem de pessoas sem ocupação mais que triplicou. Perante este cenário, muitos dos contribuintes estão em incumprimento perante os bancos e deixaram de descontar para a segurança social.

“Os últimos dados para a variação anual do emprego e as novas contratações no sector privado apontam para que a taxa de desemprego esteja a atingir um pico cíclico”, afirma Platon Monokroussos, economista no Eurobank, citado pela Reuters.

Também o Governo de Atenas indica que há dados que apontam para que a situação na Grécia tenha atingido já o pior e comece a recuperar a partir de agora. Na última semana, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, afirmou que a contracção em 2013 será menor que o esperado e que a economia vai começar a melhorar em 2014.

Mesmo que a contracção seja menor e a recuperação comece no próximo ano, uma melhoria significativa no mercado laboral vai demorar a acontecer. O banco central da Grécia indica que a taxa de desemprego vai atingir os 28% antes de começar a diminuir em 2015.

Também a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional projectam que a taxa chegue perto dos 28% este ano e que diminua para 26% em 2014. Já as estimativas dos sindicatos são mais díspares. O GSEE, a maior central sindical do sector privado aponta que a taxa se fixe entre os 29% e 30% este ano e em 2014 aumente para 31,5%.

O desemprego continua a ser a maior dor de cabeça do Executivo helénico, numa altura em que Atenas enfrenta dificuldades para cumprir com as metas e objectivos impostos pelos credores internacionais e tudo indica que será necessário um terceiro resgate.