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Bersani propõe Romano Prodi para Presidente
O Partido Democrata (PD) italiano, de Pier Luigi Bersani, propôs hoje o antigo primeiro-ministro Romano Prodi ao cargo de Presidente da República, suscitando reacções negativas da direita de Silvio Berlusconi.
"A proposta de Pier Luigi Bersani de apresentar Romano Prodi como candidato ao Quirinale", sede da presidência italiana, "foi aprovada esta manhã por unanimidade pelos grandes eleitores do PD", indicou a formação na página electrónica.
Bersani estabeleceu um acordo com a direita de Silvio Berlusconi para eleger o ex-sindicalista Franco Marini, mas o candidato só obteve 521 votos dos grandes eleitores, na primeira volta, na quinta-feira.
Para ser eleito, Marini precisava de 672 votos, ou dois terços de 1.007.
Perante esta derrota e as divisões no partido, desencadeadas pela candidatura de Marini, o líder da esquerda decidiu propor Prodi.
A proposta não agradou à direita, uma vez que Prodi foi o único dirigente de esquerda a derrotar, por duas vezes, Silvio Berlusconi em eleições legislativas.
"É uma escolha que divide", "é uma escolha de ruptura", "em 24 horas, o PD mudou radicalmente de orientação", "a escolha de Prodi é infligir um ferimento em milhões de italianos", foram algumas das reacções dos principais dirigentes do Povo da Liberdade (PDL), o partido de Berlusconi.
O PD, que, na quinta-feira, observadores consideraram estar à beira do fim, com a revolta do influente presidente da câmara de Florença, Matteo Rinzi, e dos jovens quadros do partido, saudou com uma "ovação em pé" a escolha de Prodi.
A maioria necessária na terceira volta ainda é de dois terços dos votos, mas na quarta votação a maioria absoluta, ou 504 votos, é suficiente para eleger um candidato.
O parlamento italiano retomou às 09:00 (hora em Lisboa) as operações de voto para a terceira volta do escrutínio presidencial.