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Adoção do euro na Bulgária está a tornar-se "irreversível", diz governador do banco central

Um dos países mais pobres da União Europeia deverá ser o próximo país a aderir à Zona Euro. É expectável que a Bulgária dê esse passo no início de 2023.

28 de Janeiro de 2020 às 15:56
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A Bulgária deverá ser o próximo país da União Europeia a juntar-se à Zona Euro que assim ficará com 20 Estados-membros. Com uma taxa de câmbio fixa entre o lev búlgaro e o euro, a adesão à divisa europeia é quase "irreversível", disse o governador do banco central búlgaro esta terça-feira, 28 de janeiro. 

"A Bulgária está mesmo muito perto de um avanço estratégico no seu caminho de integração europeia", afirmou Dimitar Radev, governador do Banco da Bulgária numa conferência de imprensa em Sofia, capital do país, citada pela Bloomberg. A futura adesão ao mecanismo pré-euro de taxa de câmbio (ERM II) - que serve para preparar um país para a entrada - significa que a entrada na Zona Euro "está a tornar-se irreversível", classificou Radev. 

O país terá de participar nesse mecanismo com sucesso durante pelo menos dois anos antes de se qualificar para aderir ao euro. Tal deverá significar que a Bulgária - que tem a terceira dívida pública em percentagem do PIB mais baixa da UE, mas é um dos países europeus mais pobres - só conseguirá entrar na Zona Euro no início de 2023, mas tudo dependerá do cumprimento das regras. 

Um país da União Europeia que queira entrar na Zona Euro tem de garantir a estabilidade de preços, a sustentabilidade das finanças públicas através do saldo orçamental e da dívida pública e a estabilidade da taxa de câmbio para mostrar que consegue gerir a economia sem recorrer em demasia às flutuações da divisa nacional.

No mecanismo pré-euro, a moeda nacional pode flutuar numa banda até 15% acima ou abaixo da taxa de câmbio definida para a relação com o euro. Se necessário, pode haver intervenção (venda ou compra de divisa) para manter a taxa de câmbio nesse intervalo, o que tem de ser coordenado entre o Banco Central Europeu (BCE) e o banco central nacional. O BCE é responsável por monitorizar as operações e por assegurar a coordenação da política monetária. 

Este período serve para o país adaptar-se à nova realidade em que, por exemplo, não poderá desvalorizar a moeda nacional para travar as importações e impulsionar as exportações. Em vez disso, o Governo terá de usar a política orçamental ou reformas estruturais para gerir a economia. Serve também para identificar a taxa de conversão apropriada para quando o Estado-membro entrar no euro. 

No último relatório sobre a preparação dos países para entrarem na Zona Euro, divulgado em 2018, a avaliação da Comissão Europeia sugeria que a Bulgária estava num bom caminho, mas ainda exigia alterações a várias leis e enquadramentos legais, nomeadamente no que está relacionado com a união bancária. Com base nesse relatório, os ministros das Finanças da Zona Euro, reunidos no Eurogrupo, apoiaram a adesão da Bulgária.

A Bulgária faz parte da União Europeia desde 2007, no mesmo ano em que a Roménia juntou-se. A futura adesão à Zona Euro terá de passar pelo crivo do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu (Estados-membros), do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.
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