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À frente nas sondagens, Cinco Estrelas disponível para coligação com Renzi
A coligação liderada por Berlusconi é vista como a mais forte, mas isolado é o Movimento Cinco Estrelas que lidera as sondagens. Os inquéritos mostram que ninguém conseguirá governar em Itália sem coligações. E o Movimento Cinco Estrelas já está a contar armas.
É já no próximo domingo, 4 de Março, que os italianos vão às urnas. As sondagens mostram que o partido com mais votos será o Movimento Cinco Estrelas, mas não chegará para governar. O seu líder, Luigi Di Maio, já estará a preparar terreno para tentar formar uma "grande coligação", segundo a publicação italiana La Stampa, citada pela Bloomberg.
O líder do Cinco Estrelas está a trabalhar num "contrato de governo", tal como o que foi acordado na Alemanha, com vista a formar uma "grande coligação", revelou o jornal italiano, que cita uma conversa que Luigi Di Maio terá tido com a sua equipa.
As últimas sondagens, publicadas até ao dia 17 de Fevereiro – dia a partir do qual se inicia o período de "blackout" em Itália sendo proibida a publicação de sondagens – dão a vitória a este movimento anti-sistema, com 26,3% das intenções de voto, segundo a CNBC.
Esta percentagem de votos está longe de ser suficiente para que o partido consiga governar, pelo que será necessário conseguir acordos para atingir uma maioria. E, de acordo com a imprensa italiana, o Cinco Estrelas terá afastado um cenário destes com o centro-direita, liderado por Silvio Berlusconi.
Assim, o plano que estará em cima da mesa é tentar um acordo com o PD, liderado por Matteo Renzi, ex-primeiro-ministro. As sondagens dão a este partido cerca de 21%.
Já o Forza Itália, de Berlusconi, consegue 15,9% das intenções de voto. Os seus aliados Liga Norte e Irmãos por Itália terão 14,8% e 5% dos votos, respectivamente. Um outro aliado, Nós por Itália, deverá conseguir um pouco menos do que 2%. Tudo somado, estes partidos conseguirão 37,5% dos votos. Se as sondagens forem confirmadas e estes partidos conseguirem fechar um acordo de governo, Berlusconi poderá voltar a liderar o país.
A CNBC salienta, contudo, que está tudo em aberto, já que as sondagens revelam que 30 a 35% dos eleitores estão indecisos, uma percentagem muito elevada e que poderá ditar um resultado eleitoral bem diferente.
Os italianos, que já tiveram mais de 60 governos desde a Segunda Gerra Mundial, vão eleger 630 membros para a Câmara dos Deputados e 315 membros para o Senado.