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Von der Leyen agradece a Portugal disponibilidade para acolher crianças refugiadas

A presidente da Comissão Europeia salientou a disponibilidade demonstrada por cinco Estados-membros, entre os quais Portugal, para responderem ao repto lançado por Bruxelas e aceitarem acolher crianças refugiadas não acompanhadas.

Reuters
09 de Março de 2020 às 17:34
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O agravar da pressão migratória junto às fronteiras da Grécia levou a Comissão Europeia a apelar aos Estados-membros da União Europeia para acolherem os menores desacompanhados que continuam em campos de refugiados nas ilhas gregas. Até ao momento apenas cinco países-membros deram resposta positiva, entre eles Portugal, e essa disponibilidade mereceu um agradecimento especial de Ursula Von der Leyen.

Numa conferência de imprensa realizada esta manhã, em que foi assinalado o marco dos primeiros 100 dias do novo órgão executivo comunitário, a líder da Comissão aproveitou para abordar a nova crise de refugiados que se faz sentir junto às fronteiras gregas. A UE definiu como objetivo a recolocação de até 1.500 crianças sem acompanhamente.
 

Von der Leyen considera que esta crise tem "motivações políticas" da parte da Turquia e defende que, nesta fase, tanto os migrantes como a Grécia precisam de ajuda. A alemã disse estar em "contacto permanente" com o primeiro-ministro grego, Kyriákos Mitsotakis, e notou que ainda hoje irá reunir-se, junto com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

A presidente da Comissão Europeia mostra-se "muito preocupada" com a situação dos "menores desacompanhados" que permanecem nas ilhas gregas e sustenta ser "urgente" retirá-las desses locais e instalá-las em zonas mais seguras, pelo que notou que Bruxelas já fez um repto para que os Estados-membros possa acolher essas crianças.

"Felizmente, tivemos respostas positivas, por exemplo, de França, de Portugal, do Luxemburgo, da Finlândia, da Alemanha", revelou, acrescentando que estes países irão acolher essas crianças mas que, porém, ao longo dos próximos tempos, será necessária ajuda adicional.

Ursula Von der Leyen sublinhou ainda que será necessário providenciar "ajuda adicional" e "apoio humanitário" para os refugiados que permanecem na Síria, para onde a UE mobilizou com efeito imediato 60 milhões de euros.

Erdogan pressiona Europa

Antes do encontro com Erdogan, Leyen disse querer trabalhar com vista a um "acordo exequível" que permita encontrar uma solução para o problema migratório, desde logo através da garantia do "direito de asilo". De modo a pressionar os países europeus a intervirem na Síria, onde o exército turco combate as forças leais ao regime de Bashar al-Assad, Erdogan abriu as fronteiras turcas permitindo que o fluxo migratório em direção à Europa central fosse retomado, o que está a elevar a pressão sobre a Grécia.

Erdogan pôs assim em causa o acordo fechado, em 2016, com a UE em que Ancara se comprometia a travar os fluxos em direção a ocidente em troca de 6 mil milhões de euros da parte de Bruxelas, argumentando que os custos assumidos pela Turquia com o acolhimento de migrantes já ascende a cerca de 40 mil milhões de euros. 

Leyen explicou que para além dos 350 milhões de euros já providenciados por Bruxelas para apoiar a Grécia a lidar com a pressão fronteiriça, estarão outros 350 milhões a caminho pois além dos campos de refugiados terem "ultrapassado a capacidade limite", continuam a "chegar mais pessoas e, claro, mais apoio é preciso".

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