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Socialistas escolhem italiano Sassoli para presidir ao Parlamento Europeu
O grupo dos Socialistas Europeus escolheu hoje, em Estrasburgo, o italiano David-Maria Sassoli como candidato a presidente do Parlamento Europeu, após o Conselho Europeu ter decidido atribuir aos socialistas a presidência da assembleia na primeira metade do mandato.
Lagarde, presidente do BCE
Lagarde foi a primeira mulher a assumir a pasta das finanças de um governo francês, foi a primeira mulher a liderar o Fundo Monetário Internacional e agora vai ser também a primeira mulher à frente do Banco Central Europeu. Em 2011, em plena crise da dívida soberana da Europa e já com a Irlanda e a Grécia com programas de assistência financeira, substituiu Dominique Strauss-Kahn, depois de o francês ter sido preso num hotel em Nova Iorque, devido à alegada violação de uma empregada. Lagarde saiu do governo francês de Sarkozy para Washington, tendo o seu mandato sido renovado em 2016. Já não vai cumprir o segundo, que terminava em 2021, pois foi a escolhida pelos líderes europeus para substituir Mario Draghi à frente da presidência do BCE. Será também a primeira mulher a liderar a autoridade monetária europeia, uma instituição que tem tido dificuldades em preencher os cargos de topo com mulheres (existem apenas duas no conselho). Lagarde será também a primeira pessoa que não é economista a liderar a autoridade monetária da Zona Euro. A ausência de experiência na política monetária será um dos seus pontos fracos, mas tem a favor a larga experiência na economia europeia, que continua a precisar dos estímulos monetários para contrariar o período de abrandamento. Presença constante na lista da Forbes das 10 mulheres mais influentes do mundo, Lagarde é uma acérrima defensora do aumento do poder feminino nas principais instituições mundiais. Ficou célebre uma frase que disse no pico da crise financeira: "Se fosse uma Lehman Sisters em vez de uma Lehman Brothers, o mundo poderia ser hoje muito diferente".
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia
A candidata à liderança da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem 60 anos e é ministra da Defesa da Alemanha e chegou a ser apontada como delfim da chanceler Angela Merkel e sua potencial sucessora na liderança da CDU. Nascida na Bélgica a 8 de outubro de 1958, cresceu com cinco irmãos e uma irmã. Casada com um médico, manteve a tradição de uma família grande, tem sete filhos. Formou-se em Economia e em Medicina, viveu na Califórnia (EUA) e regressou depois à Alemanha em finais da década de 1990. Entre 2009 e 2013, foi ministra do Trabalho e da Solidariedade.
Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu
Com 43 anos, o belga Charles Michel foi o nomeado para suceder a Donald Tusk na liderança do Conselho Europeu. Nascido a 21 de dezembro de 1975, é primeiro-ministro interino da Bélgica desde outubro de 2014 e lidera o Movimento Reformador. A ficar com o cargo, será o segundo belga a assumir estas funções, depois de Herman Van Rompuy ter ocupado o cargo em 2007. A sua carreira política tem observado uma ascensão meteórica e com 25 anos já era ministro da Cooperação para o Desenvolvimento, tendo depois chegado à chefia do governo aos 38 anos. Fluente em holandês, "uma qualidade rara entre os políticos francófonos", como sublinha a France24, estudou Direito em Bruxelas e Amesterdão, tendo-se formado como advogado em 1995.
Josep Borrell, Alto Representante da UE para a Política Externa
Josep Borrell Fontelles, atual ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha (corresponde ao ministro dos Negócios Estrangeiros em Portugal), é o candidato a Alto Representante da UE para a Política Externa. Entre 2004 e 2007 presidiu ao Parlamento Europeu, e em Espanha foi também ministro, em dois mandatos diferentes, das Obras Públicas e Transportes. Com 72 anos feitos a 24 de abril, cresceu em La Pobla de Segur, onde o seu pai possuía uma pequena padaria. Começou por estudar contabilidade industrial em Barcelona, mas largou o curso para seguir engenharia aeronáutica na Universidade Técnica de Madrid. Membro do PSOE, Borrell também exerceu funções no Ministério espanhol da Economia, onde teve a seu cargo o pelouro da política orçamental.
David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu
Aos 63 anos de idade, David Sassoli é o candidato dos Socialistas & Democratas à presidência do Parlamento Europeu. Depois de ainda muito jovem ter iniciado a carreira como jornalista, tendo passado pelo Il Giorno e pela Tg3. Também trabalhou na Rai Uno (e Rai Due) e na TG1, estação da qual foi diretor a partir de 2007.
Membro do Partido Democratico (PD, centro-esquerda) foi pela primeira vez eleito como eurodeputado nas europeias de 2009 para chefiar a delegação do partido. Reeleito em 2014, assumiu uma das 14 vice-presidências do Parlamento Europeu e tutelou a pasta da política do Mediterrâneo e orçamento.
Durante a juventude participou em diversos movimentos de jovens católicos.
Reunidos em Estrasburgo, no dia de inauguração da nona legislatura, o grupo dos socialistas e democratas (S&D) decidiu ‘eleger’ o italiano, até agora um dos vice-presidentes da assembleia europeia, ‘ignorando’ a recomendação vinda desde Bruxelas, que apontava para o nome do búlgaro Sergei Stanishev, presidente do Partido Socialista Europeu (PSE).
Apesar de se apresentarem outros três candidatos à presidência da assembleia – a alemã Ska Keller, pelos Verdes, a espanhola Sira Rego, do Grupo da Esquerda Unitária, e o checo Jan Zahradil, pelos Conservadores e Reformistas Europeus -, é praticamente certa a eleição de Sassoli, dado o acordo alcançado hoje em Bruxelas, no Conselho Europeu, sobre a distribuição dos cargos de topo da UE para o ciclo político 2019-2024.
Face a esse acordo, que prevê que na segunda metade do mandato (ou seja, dentro de dois anos e meio) seja um membro do Partido Popular Europeu a ocupar a presidência do Parlamento Europeu, as bancadas do PPE e do Renovar a Europa (liberais), primeira e terceira maiores dos hemiciclos, não apresentaram candidatos à eleição de quarta-feira.
Ao fim de uma ‘maratona’ negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram hoje a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia.
O compromisso entre os 28 contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.
Não cabendo ao Conselho a responsabilidade da escolha do presidente do Parlamento Europeu, ficou todavia acordado o modelo seguido há muito, de repartição da presidência da assembleia entre as duas maiores famílias políticas.
A eleição terá lugar às 09:00 locais (menos uma em Lisboa), e, para ser eleito, um candidato tem de obter a maioria absoluta dos votos expressos, ou seja, pelo menos 50% mais um, sendo que os votos brancos ou nulos não são tidos em conta para calcular a maioria necessária.