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Santos Silva: "Quem convoca referendos em Portugal é o Presidente da República"  

"A situação europeia já é suficientemente complexa para dispensar que nós lhe acrescentemos complexidades desnecessárias", disse o governante à Lusa, por telefone, a partir de Cuba, onde se encontra em visita oficial.

Augusto Santos Silva - Negócios Estrangeiros: Os muitos anos que leva a “[gostar de] malhar na direita”, como confessou em 2009 o ex-braço direito de Sócrates, valem a Augusto Santos Silva a quarta maior notoriedade espontânea (3,2%). Voltou a fazê-lo na semana passada – o actual ministro dos Negócios Estrangeiros acusou o anterior Governo PSD / CDS-PP de se ajoelhar perante a Alemanha quando tal não era necessário – e segue em Fevereiro com avaliações mais positivas (1,9) do que negativas (1,2).
Miguel Baltazar
27 de Junho de 2016 às 15:34
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MNE diz que Europa dispensa "complexidades desnecessárias" sobre referendo proposto pelo BE

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros português recomendou hoje "cabeça fria", considerando que não devem ser criadas "complexidades desnecessárias" à actual situação da Europa, sobre a proposta do Bloco de Esquerda de realizar um referendo em caso de sanções europeias.   

 

A coordenadora do BE, Catarina Martins, colocou, este domingo, na agenda um referendo em Portugal se a União Europeia decidir sanções contra Portugal por défice excessivo, dias após o referendo que ditou a saída do Reino Unido da UE.

 

Questionado pela Lusa, o ministro Augusto Santos Silva recomendou "muita prudência, muita determinação, mas também muita cabeça fria".

 

"A situação europeia já é suficientemente complexa para dispensar que nós lhe acrescentemos complexidades desnecessárias", disse o governante à Lusa, por telefone, a partir de Cuba, onde se encontra em visita oficial.

 

Santos Silva começara por recordar que "quem convoca referendos em Portugal é o Presidente da República", que já afirmou que esta "é uma questão que não se põe" porque Portugal "quer continuar na União Europeia".

 

Questionado sobre se o Governo fica fragilizado por esta posição partir de um dos partidos que garantem apoio parlamentar, o chefe da diplomacia portuguesa negou.

 

"A arte do acordo que foi possível fazer em Portugal (...) é ser totalmente explícito nas zonas de convergência e de divergência", sustentou, recordando que o objectivo é o "regresso à ordem constitucional, reposição de rendimentos e relançamento da política económica e social".

 

Mas, sublinhou, "é um acordo que em nada diminui a identidade própria de cada partido".

 

Santos Silva referiu que os acordos celebrados entre PS e PCP, Bloco de Esquerda e Verdes não são explícitos sobre a União Europeia, mas, acrescentou, "os partidos que apoiam no parlamento o actual Governo têm uma coisa em comum: acreditam que o futuro de Portugal passa pela UE, mas pedem mudanças importantes na UE a favor da coesão social".

 

O ministro apontou que este "denominador comum muito importante" permite "arbitrar as diferenças que também existem entre PS, Bloco, PCP e PEV em matéria de política europeia".

 

O BE tornou-se no primeiro partido português com representação parlamentar a admitir uma consulta popular, no encerramento da X Convenção Nacional bloquista, em Lisboa.

 

O Presidente, Governo, PS, PCP, CDS e PSD já se mostraram contra a realização deste referendo.

 

A coordenadora do BE explicou que o objecto do referendo que Portugal deve realizar caso sejam impostas sanções contra o país por défice excessivo depende dos mecanismos que forem utilizados para impor essas mesmas sanções.

 

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