O candidato à presidência do Governo espanhol, Pedro Sánchez, colocou o diálogo na Catalunha como uma "prioridade absoluta" para a legislatura, prometendo que não vai romper com a Constituição, nem dividir o país.
"A Espanha não vai romper com a Constituição. Vamos é romper com o bloqueio", disse Pedro Sánchez durante o debate de investidura, referindo-se à vontade de resolver o impasse negocial com os independentistas catalães.
Minutos depois, Pablo Iglesias, líder do futuro parceiro de coligação governamental Unidas Podemos, reafirmou a intenção de estabelecer diálogo com os independentistas catalães, dizendo que o encantaria que deixassem as suas convicções: "Mas não sou ingénuo, sei que vão continuar a ser independentistas e isso é legítimo em democracia. Mas acredito que há valores democráticos e sociais que nos unem para enfrentar democraticamente os conflitos".
Além da prioridade de resolver o problema independentista na Catalunha, o líder socialista Pedro Sánchez apresentou o programa com que o seu executivo pretende governar, salientando o aumento dos salários mais baixos e o aumento dos impostos para as grandes empresas.
Com este programa, Sánchez disse estar convencido de que conseguirá reunir o número de votos suficientes para governar, após vários meses de impasse político, assegurando a maioria através do apoio do Unidas Podemos, mas também do partido da Esquerda Republicana da Catalunha.
Em resposta, Pablo Casado, presidente do Partido Popular (direita), referiu-se a Sánchez como o "líder de uma coligação que quer acabar com a Espanha constitucional" e caracterizou o futuro executivo como "um Governo Frankenstein", formado por "comunistas e separatistas".
Também Santiago Abascal, líder do partido Vox (extrema-direita), terceira força política no parlamento, acusou o candidato a presidente do Governo de ser "traidor" e "bandido", referindo estar a deturpar o sistema constitucional espanhol.