A produção industrial no Reino Unido registou, em Fevereiro, a maior queda em quase três anos. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira, e citados pela imprensa britânica, a produção caiu 1,1% em Fevereiro em comparação com Janeiro. Os economistas, segundo o The Guardian, estimavam uma queda da produção industrial de 0,2%. Face a Fevereiro de 2015, a produção das fábricas britânicas recuaram 1,8%.

O The Telegraph dá, assim, conta que a queda de 1,8% da produção industrial foi a maior desde Julho de 2013. E isto numa altura em que o défice trimestral de bens do Reino Unido com o resto da União Europeia atingiu um novo pico.

Foi conhecido em Fevereiro que a economia do Reino Unido cresceu, nos últimos três meses do ano passado, os 0,5% inicialmente estimados. Em todo o ano de 2015, o aumento do produto interno bruto (PIB) foi de 2,2%, ainda que abaixo do ano anterior.

Em todo o ano, o avanço do PIB foi de 2,2%, ainda que abaixo do valor registado em 2014, quando a economia britânica cresceu 2,9%. Em termos gerais, o PIB do Reino Unido tem crescido desde a recessão económica global de 2008 e 2009, ainda que a um ritmo mais baixo do que no início da década, como refere o instituto.

Esta evolução da produção das fábricas britânicas tem lugar meses antes de o Reino Unido referendar a sua permanência na União Europeia. A última sondagem, realizada 1 e 3 de Abril a duas mil pessoas e cujos resultados foram publicados no passado dia 6 de Abril, indica que há uma divisão entre a população. 

O apoio à permanência do Reino Unido na União Europeia fixou-se nos 44% na mais recente sondagem do ICM, conduzida online entre 1 e 3 de Abril a duas mil pessoas. Os inquiridos a favor do "Brexit" – da saída do país da União Europeia – foram 43%, sendo que se registaram 13% de indecisos.

Estes resultados deixam em aberto uma conclusão sobre o sentido de voto dos britânicos no referendo marcado para 23 de Junho sobre a manutenção do Reino Unido no bloco europeu. 

Os avisos a uma saída, por parte do Reino Unido, da União Europeia têm sido vários. A 29 de Março, o Banco de Inglaterra avisou que "Brexit" pode provocar uma crise de crédito. E a agência de notação financeira Standard and Poors alertou que o Reino Unido arrisca perder "rating" máximo caso saia da União Europeia.