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Merkel: Negociações para o Brexit vão acautelar primeiro os interesses da UE

A chanceler alemã, num discurso no parlamento germânico, quis colocar um ponto final às "ilusões" britânicas. Por isso, sustenta, as negociações para a saída vão acautelar os interesses da UE. E defendeu que só depois de haver um acordo sobre os termos da saída é que vai ser discutido o futuro.

Fantasmas de Ialta / (Re)União Soviética - Angela Merkel ver-se-á dividida entre o estreitamento de relações com Donald Trump para fazer frente a Moscovo e um acordo com Vladimir Putin para chegar a um consenso relativamente às esferas de influência da Europa Oriental.
Reuters
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Este sábado, 29 de Abril, os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) reúnem-se em Bruxelas para afinar o guião para as negociações com vista à saída do Reino Unido do bloco europeu. E Angela Merkel alertou os britânicos para não terem "ilusões", que os interesses da União vão ser primeiramente acautelados.

Falando no Parlamento alemão, a chanceler, adiantou que: "Um terceiro estado, e é isso que o Reino Unido vai ser, não pode nem vai ter ao seu dispor os mesmos direitos… que os membros da UE", citada pela Reuters.

"Podem pensar que estas coisas são evidentes mas, infelizmente, tenho de colocar isto em termos claros porque sinto que algumas pessoas no Reino Unido continuam a ter ilusões sobre isto", disse Angela Merkel, citada pela Bloomberg. "Mas isso seria uma perda de tempo".

Não é a primeira vez que as autoridades germânicas apontam que o Reino Unido estaria a subestimar a complexidade que as negociações vão envolver. Merkel vem assim reforçar a crença germânica. "Vamos conduzir estas negociações de uma forma justa e construtiva e esperamos exactamente o mesmo do lado britânico", apontou.

Angela Merkel, que se candidata a um quarto mandato em Setembro, enfatizou ainda que as negociações para os termos que vão levar à saída têm de ser discutidos antes de ser debatida uma nova relação comercial.

"Apenas podemos fazer um acordo sobre a relação futura entre o Reino Unido e a UE depois de todas as questões sobre os termos da saída estarem clarificados de forma satisfatória", sublinhou citada pelo The Guardian. "Isso significa que, quanto mais rápido o governo britânico estiver preparado para encontrar soluções construtivas, mais rápido podemos conversar, durante as negociações, sobre a relação futura entre o Reino Unido e a União Europeia. Mas primeiro temos de saber como é que a Grã-Bretanha vê a sua relação futura connosco", defendeu.

As palavras da líder alemã vêem contrariar uma expectativa de Londres. As autoridades britânicas esperavam que houvesse alguma ambiguidade na posição comunitária e esperava que as negociações para a saída e sobre a futura relação comercial pudessem desenrolar-se em paralelo, de acordo com o jornal britânico.

Dois anos de negociações

Segundo os Tratados europeus, após a activação do artigo 50.º seguir-se-á um período máximo de dois anos de negociações para tratar, primeiro, do divórcio e, em seguida, de um eventual novo quadro para regular as relações futuras entre Londres e Bruxelas. Durante esse prazo, todos os direitos e deveres do Reino Unido como membro da UE permanecem inalterados.

As negociações formais entre o Reino Unido e a UE só começarão depois de os Estados-membros aprovarem regras mais detalhadas para as conversações e mandatarem oficialmente o negociador da Comissão Europeia para o 'Brexit' Michel Barnier, o que poderá não acontecer antes de Junho.

Entretanto, Theresa May convocou eleições gerais para 8 de Junho. A 23 de Junho do ano passado realizou-se o referendo que ditou a saída dos britânicos do bloco europeu.

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