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Merkel junta-se a Macron e pede exército comum na UE

A chanceler alemã defende que o futuro europeu será moldado essencialmente por três áreas fundamentais: segurança e defesa, união económica e monetária e migrações. Em relação à primeira, Merkel alinha com o presidente francês e pede a criação de um exército comum europeu.

EPA
13 de Novembro de 2018 às 16:23
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Angela Merkel voltou a mostrar proximidade relativamente à visão de Emmanuel Macron para a Europa. Depois de, em Junho passado, a chanceler alemã e o presidente francês terem chegado a acordo sobre um conjunto de dimensões em que deve ser reforçada a integração europeia, Merkel defende também agora a criação de um exército comum europeu. 

Presente esta terça-feira, 13 de Novembro, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, para falar sobre o futuro da União Europeia, a chanceler da Alemanha identificou "três áreas essenciais" que vão moldar o futuro da União e que exigem maior integração. A primeira diz respeito à Política Externa e de Segurança da União, porque "os nossos interesses estão mais bem defendidos quando actuamos colectivamente". Recordou também que o novo papel assumido pelos Estados Unidos de Donald Trump faz com que a Europa precise de alcançar uma "maior capacidade de actuação no longo prazo".

Para o conseguir, Merkel disse já ter proposto a criação de um Conselho Europeu de Defesa com presidência rotativa e defendeu que é preciso "criar tropas europeias" para forjar "um exército europeu", numa clara aproximação à vontade do presidente francês, Emmanuel Macron. Não seria um exército "contra a NATO, mas complementar", elucidou perante alguns apupos no plenário. "Seria muito mais fácil cooperarmos se em vez de vários exércitos tivéssemos apenas um." Propôs ainda uma "política comum de exportação de armas". 

Em segundo lugar insistiu na necessidade de finalizar a união económica e monetária porque "só assim podemos ter uma Europa estável". Nesta área, Merkel recordou o acordo firmado com a França de Macron que propõe a conversão do Mecanismo Europeu de Estabilidade num Fundo Monetário Europeu, sustentou ser preciso finalizar a união bancária e "trabalhar na criação de um orçamento na Zona Euro".

Por fim, destacou a "migração" como a terceira e última área crucial para o futuro europeu. Admitindo a ausência de "sintonia" que desejaria nesta questão, Merkel realçou alguns dos avanços conseguidos, designadamente na protecção comum das fronteiras externas, para pedir aos Estados-membros que prescindam de alguma soberania para o bem-comum. "Devemos abrir mão de um pouco de competência nacional para o bem de todos", atirou, suscitando novos apupos. 

"Nem todos os problemas da Europa devem ser resolvidos pela Europa. Solidariedade significa reciprocidade. Estou convencida de que a Europa é a nossa melhor oportunidade para a prosperidade", concluiu num discurso em que o saldo global entre vaias e aplausos lhe foi claramente favorável. 

Antes de chegar a Paris para as comemorações do armistício da Primeira Guerra Mundial que decorreram no fim-de-semana, o presidente dos Estados Unidos considerou "insultuosa" a intenção proclamada por Macron relativa à criação de um exército europeu capaz de enfrentar a ameaça apresentada por países como a China, Rússia e EUA. Há um ano e meio, quando Trump punha em causa a Aliança Atlântica devido ao subfinanciamento da instituição por parte dos países europeus, Merkel assumiu que chegara o momento em que a Europa tinha de passar a contar somente consigo própria. 

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