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May supera prova de fogo com aprovação do programa de governo no parlamento
O governo da primeira-ministra Theresa May teve de fazer uma concessão relativa ao direito ao aborto para as mulheres da Irlanda do Norte para garantir o "sim" ao programa de governo.
A primeira-ministra Theresa May garantiu esta quinta-feira, 29 de Junho, a aprovação do parlamento ao seu programa de governo, superando assim o primeiro grande teste desde que as eleições do início do mês deixaram o Partido Conservador sem maioria e forçaram a um acordo com os unionistas da Irlanda do Norte.
A sua agenda para os próximos dois anos, dominada pelo Brexit, foi aprovada na Câmara dos Comuns por 323 votos contra 309.
Os partidos da oposição propuseram alterações que testaram a disciplina dos apoiantes da primeira-ministra e o governo teve mesmo de fazer uma concessão no que respeita aos direitos à interrupção da gravidez - disponibilizando fundos para as mulheres da Irlanda do Norte que pretendam realizar abortos - para evitar a derrota. Outras emendas, relativas ao Brexit e às medidas de austeridade, foram rejeitadas.
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou que o programa dos conservadores está "em farrapos" e que deveria ir ao encontro da vontade dos eleitores, que desejam o fim dos cortes no sector público.
"Theresa May não tem um mandato para cortes contínuos nas nossas escolas, hospitais, polícia e outros serviços públicos vitais. O Partido Trabalhista vai lutar contra essas políticas", garantiu Corbyn, num comunicado citado pela Reuters.
Os conservadores alcançaram, na segunda-feira, um acordo 'in extremis' com os unionistas do DUP, que, em contrapartida, conseguiram do governo a promessa de um financiamento de mil milhões de libras suplementares (cerca de 1,1 mil milhões de euros) a favor da Irlanda do Norte.