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Itália: Governo de Giorgia Meloni recebe voto de confiança da Câmara dos Deputados

Na quarta-feira, o novo governo enfrentará uma votação na câmara alta, o Senado, onde também detém uma maioria sólida na sequência das eleições de há exatamente um mês (25 de setembro).

Giorgia Meloni, nova primeira-ministra de Itália, tem de apresentar na Comissão Europeia um rascunho do Orçamento do Estado italiano para 2023.
Guglielmo Mangiapane/Reuters
25 de Outubro de 2022 às 22:58
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O novo governo italiano liderado por Giorgia Meloni, dos ultranacionalistas Irmãos de Itália, ganhou por uma margem confortável o primeiro de dois votos de confiança exigidos no Parlamento.

A votação na Câmara dos Deputados, no final de uma sessão em que Meloni apresentou as suas prioridades, foi de 235 a favor do seu governo de coligação, que inclui a Liga (extrema-direita) e Força Itália (conservadores), e 154 contra, acima dos 195 votos favoráveis necessários para aprovação.

Na quarta-feira, o novo governo enfrentará uma votação na câmara alta, o Senado, onde também detém uma maioria sólida na sequência das eleições de há exatamente um mês (25 de setembro).

No seu discurso perante o parlamento, Meloni sublinhou que "a Itália faz parte do Ocidente, o berço da liberdade e da democracia".

Por isso, adiantou, a Itália vai continuar a ser "um parceiro confiável da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", que apoia a Ucrânia com formação e equipamento na guerra contra a Rússia.

Apesar de liderar um partido eurocético -- o Irmãos de Itália -, Giorgia Meloni, assegurou que a intenção "não é impedir ou sabotar a integração europeia", mas sim fazer funcionar melhor a máquina comunitária.

A nova primeira-ministra avisou ainda os deputados que a situação em Itália não "permite perder tempo", agradecendo ao seu antecessor, Mario Draghi, por possibilitar uma rápida passagem do poder, apesar de o Irmãos de Itália ter sido a única força de oposição do Governo anterior.

No seu discurso, Meloni agradeceu também ao Presidente, Sergio Mattarella, por tê-la escolhido como primeira-ministra, na sequência da vitória do partido Irmãos de Itália, nas eleições de 25 de setembro, afirmando que "este é um momento fundamental para a democracia".

Meloni agradeceu também aos seus parceiros de coligação, Liga e Força Itália, por permitirem formar um Governo num tempo quase recorde.

A nova líder do executivo italiano admitiu ao parlamento que sente nos seus ombros "o peso de ser a primeira mulher no cargo de primeira-ministra em Itália", mas garantiu que irá manter as promessas que fez na campanha "mesmo que algumas pessoas possam não gostar".

Meloni, que começou a sua carreira política nas alas jovens do partido pós-fascista Movimento Social, considerou que as leis raciais contra os judeus, aprovadas pelo regime de Benito Mussolini, "foram o ponto mais baixo" da história italiana.

Numa entrevista dada quando tinha 19 anos, Meloni defendeu que Benito Mussolini foi "um bom político" e que "tudo o que fez, fez pela Itália.

No entanto, desde então, a nova primeira-ministra italiana tem tentado afastar-se dessa afirmação, tendo mesmo publicado, durante a campanha eleitoral para as eleições de setembro, um vídeo no qual proclamava a sua distância face ao fascismo do ditador Benito Mussolini, aliado de Hitler na II Guerra Mundial.

"Lutaremos contra qualquer forma de racismo, antissemitismo, violência política e discriminação", acrescentou, num discurso de hoje, que durou mais de uma hora e foi interrompido por aplausos da maioria governamental, composta pelo seu partido e pelos dois parceiros da coligação, o Liga e o Força Itália.

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