Notícia
Impacto da guerra na economia alemã deverá manter-se "até, pelo menos, 2025"
Presidente do DIW, Marcel Fratzscher, antecipa que o PIB da Alemanha cresça menos 3 pontos percentuais este ano e que o impacto da guerra se mantenha até o país se livrar completamente do gás russo. Perdas poderão chegar aos 200 mil milhões de euros.
A economia alemã poderá demorar anos até recuperar do impacto da guerra na Ucrânia. O alerta é do influente economista e presidente do Instituto Alemão de Pesquisa Económica (DIW), Marcel Fratzscher, que, em entrevista à Reuters, antecipa que o PIB da Alemanha deverá crescer menos 3 pontos percentuais este ano.
O presidente do DIW, que assessora do Governo de Olaf Scholz nas questões económicas e de políticas públicas, considera que o impacto da guerra na principal economia europeia poderá durar "até, pelo menos, 2025", altura em que se espera que a Alemanha ponha um ponto final à exposição total ao gás proveniente da Rússia.
Para este ano, Marcel Fratzscher diz que, ao invés dos 4,5% de crescimento previstos inicialmente, é esperado que o PIB alemão se expanda "na melhor das hipóteses" 1,5%, depois de décadas a prosperar graças ao gás russo barato, de que agora a Alemanha se quer livrar para parar a "máquina de guerra" russa.
"Estamos a falar, grosso o modo, de uma perda de quatro a cinco pontos percentuais no PIB num período de três anos", afirmou Marcel Fratzscher, sublinhado que uma perda dessa dimensão corresponde a "cerca de 150 a 200 mil milhões de euros a menos na atividade económica" do chamado "motor" da Europa.
O economista antevê ainda o "perigo crescente" de uma recessão nos meses de inverno, sinalizando que a atividade económica pode encolher já neste trimestre de verão, na variação em cadeia. "Essa tendência poderá continuar no outono e também no início do próximo ano", diz.
Marcel Fratzscher rejeita, porém, que haja risco de a Alemanha vir a assistir a uma recessão tão profunda como a registada em 2020, quando a pandemia da covid-19 "paralisou" a maioria da atividade económica em todo o mundo. Por isso, diz que o impacto da guerra "não será comparável" ao da covid-19.
Ainda assim, antecipa que uma retração no consumo privado e uma perda significativa do poder de compra, sobretudo das famílias mais carenciadas, devido à subida de preços, em especial no setor energético. Mas não antevê um aumento significativo da taxa de desemprego, dada a atual escassez de mão de obra.
O economista alemão alerta ainda que a subida generalizada dos preços deverá manter-se alta durante os próximos três anos e rejeita que haja motivos para contenção nos aumentos salariais. "Os sindicatos não são tão fortes como eram na década de 1970. Mesmo nos próximos anos, não vejo nenhum sinais de que possamos cair numa espiral inflacionista", realça.
O presidente do DIW, que assessora do Governo de Olaf Scholz nas questões económicas e de políticas públicas, considera que o impacto da guerra na principal economia europeia poderá durar "até, pelo menos, 2025", altura em que se espera que a Alemanha ponha um ponto final à exposição total ao gás proveniente da Rússia.
Para este ano, Marcel Fratzscher diz que, ao invés dos 4,5% de crescimento previstos inicialmente, é esperado que o PIB alemão se expanda "na melhor das hipóteses" 1,5%, depois de décadas a prosperar graças ao gás russo barato, de que agora a Alemanha se quer livrar para parar a "máquina de guerra" russa.
O economista antevê ainda o "perigo crescente" de uma recessão nos meses de inverno, sinalizando que a atividade económica pode encolher já neste trimestre de verão, na variação em cadeia. "Essa tendência poderá continuar no outono e também no início do próximo ano", diz.
Marcel Fratzscher rejeita, porém, que haja risco de a Alemanha vir a assistir a uma recessão tão profunda como a registada em 2020, quando a pandemia da covid-19 "paralisou" a maioria da atividade económica em todo o mundo. Por isso, diz que o impacto da guerra "não será comparável" ao da covid-19.
Ainda assim, antecipa que uma retração no consumo privado e uma perda significativa do poder de compra, sobretudo das famílias mais carenciadas, devido à subida de preços, em especial no setor energético. Mas não antevê um aumento significativo da taxa de desemprego, dada a atual escassez de mão de obra.
O economista alemão alerta ainda que a subida generalizada dos preços deverá manter-se alta durante os próximos três anos e rejeita que haja motivos para contenção nos aumentos salariais. "Os sindicatos não são tão fortes como eram na década de 1970. Mesmo nos próximos anos, não vejo nenhum sinais de que possamos cair numa espiral inflacionista", realça.