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Grécia volta a entrar em recessão

Os dados preliminares do Eurostat divulgados esta sexta-feira dão conta de um recuo de 0,6% da economia em cadeia, mantendo o ritmo de queda verificado no trimestre anterior.

Reuters
12 de Fevereiro de 2016 às 10:34
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A economia grega voltou a registar um crescimento negativo no último trimestre do ano passado, o segundo consecutivo, colocando Atenas de novo em recessão, anunciou esta sexta-feira o gabinete estatístico europeu.

De acordo com a primeira estimativa do Eurostat, divulgada esta sexta-feira, 12 de Fevereiro, o Produto Interno Bruto (PIB) helénico recuou 0,6% em cadeia, um abrandamento em relação à contracção de 1,4% registada no trimestre anterior. Já a queda homóloga cifrou-se em 1,9%, na mesma dimensão da que tinha sido sentida um trimestre antes.

Atenas tinha regressado ao crescimento no segundo trimestre de 2015, com uma taxa de crescimento em cadeia agora estimada em 0,2%.

O Governo grego continua em negociações com os credores na implementação do terceiro programa de resgate, no valor de 86 mil milhões de euros e aprovado em Agosto, cujos trabalhos técnicos para a primeira revisão arrancaram no início do mês. Esta quinta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, considerou "crítica" esta fase da avaliação e pediu mais rapidez na troca de informações com as autoridades de Atenas sobre questões orçamentais e medidas estruturais como a reforma das pensões. 

Também esta quinta-feira Poul Thomsen, que chefiou a delegação do FMI em Portugal e Atenas, quis clarificar numa publicação no blogue daquela instituição os objectivos do envolvimento do Fundo no terceiro programa de resgate. Disse ser necessário combinar as reformas com o alívio da dívida, sendo indispensável reformar as pensões que continuam "muito generosas".

A instituição sedeada em Washington espera que, para alcançar um excedente primário de 3,5% do PIB, seja necessário tomar medidas que oscilam entre os 4% e os 5% do produto, entre 8 e 9 mil milhões de euros. "Não vemos como é que a Grécia possa fazê-lo sem grandes poupanças nas pensões", refere Thomsen.

 

Os protestos nas ruas gregas contra a reforma das pensões tornaram-se mais frequentes nas últimas semanas e ainda esta sexta-feira a polícia disparou gás lacrimogéneo para dispersar agricultores que se manifestam frente ao Ministério da Agricultura contra as alterações propostas. Para o final do dia está marcada uma manifestação. 

Entre as economias analisadas, a grega continua a ter o pior desempenho. Também a Finlândia apresentou o segundo trimestre negativo de crescimento, com o PIB a cair 0,1% em relação ao terceiro trimestre, quando tinha recuado 0,6%.


(Notícia actualizada às 10:58 com mais informação)

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