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Favorito nas eleições francesas alvo de "notícias falsas" da Rússia

O secretário-geral do partido de Emmanuel Macron queixa-se de "intromissão" russa através de rumores postos a circular e de ataques informáticos à candidatura.

Reuters
Negócios 13 de Fevereiro de 2017 às 14:40
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Depois de influenciarem a campanha nas eleições americanas, ganhas em Novembro do ano passado por Donald Trump, as notícias falsas voltam a ser um tema quente nas Presidenciais francesas agendadas para 23 de Abril, com o responsável do partido "En Marche!", que suporta o centrista Emmanuel Macron, a apontar directamente o dedo às autoridades russas.

 

Richard Ferrand denunciou esta segunda-feira, 13 de Fevereiro, que "dois grandes meios de comunicação pertencentes ao Estado russo, o Russia Today e o Sputnik, difundem diariamente notícias falsas, que depois são replicadas, citadas e influenciam o [processo] democrático". Além disso, prosseguiu, esta campanha está a ser alvo de "centenas, se não milhares" de ataques informáticos com origem no território russo.

 

Citado pela Reuters, o secretário-geral do movimento resumiu que essas notícias falsas têm como objectivo fazer "oscilar a opinião pública" contra Macron, um candidato pró-europeu visto como "alvo" de Moscovo por "querer uma Europa forte e unida, que desempenhe um papel de relevo nos assuntos mundiais", incluindo no confronto diplomático com a Rússia. As denúncias de Ferrand foram feitas também em várias publicações na rede social Twitter.

 

Esta segunda-feira foi divulgada uma nova sondagem, da Opinionway, que mostra que, apesar de só ter um ponto de vantagem sobre François Fillon na primeira volta (22% vs. 21%), Macron é o mais bem colocado para derrotar Marine Le Pen na segunda volta, a 7 de Maio. Se as eleições fossem hoje, conseguiria 63% dos votos, contra 37% da candidata da Frente Nacional, que já prometeu aquilo que seria uma custosa saída do Euro e da União Europeia.

 

"O que queremos é que as autoridades ao mais alto nível tomem este assunto em mãos para garantir que não haja intromissão externa na nossa democracia. Os americanos viram-no, mas já foi demasiado tarde", referiu Richard Ferrand, em referência aos relatórios das agências dos EUA, divulgadas em Janeiro, que referiram uma intervenção directa de Vladimir Putin para descredibilizar Hillary Clinton e favorecer Trump.

 

As acusações do partido fundado por este antigo protegido do socialista François Hollande, que em Agosto se demitiu do governo, visam um artigo do Sputnik, aproveitado depois pelo Russia Today, que aponta o ex-ministro da Economia, que trabalhou na banca de investimento, como um agente do "gigante sistema bancário americano".

 

Richard Ferrand criticou também directamente o jornal russo Izvestia por difundir comentários de Julian Assange, em que o fundador da Wikileaks refere ter "informação interessante" sobre Macron, que a 7 de Fevereiro já teve de vir a público desmentir os rumores de que manteria uma relação homossexual fora do casamento.

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