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Escócia: Deputados aprovam moção para novo referendo sobre independência

O parlamento da Escócia quer fazer um novo referendo para avaliar a vontade popular de sair do Reino Unido - e manter-se na União Europeia. Londres não o quer permitir.

Reuters
28 de Março de 2017 às 17:39
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O parlamento da Escócia aprovou nesta terça-feira, 28 de Março, uma moção que reclama ao Governo de Londres a realização de um novo referendo sobre a independência face ao Reino Unido. A moção desafia directamente o Executivo britânico de Theresa May, que se prepara para desencadear amanhã o processo formal de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). 

A moção, apoiada pelo governo de Nicolas Sturgeon (na foto), foi aprovada por 69 votos favoráveis e 59 contra. Londres tem dado indicações de que não permitirá que a Escócia faça um novo referendo pelo menos até 2020, altura em que o divórcio europeu estará concluído e, à partida, será já claro o novo enquadramento entre o Reino Unido e a UE-27.

Ao contrário do que sucedeu em Inglaterra e no País de Gales, na Irlanda do Norte e na Escócia o "sim" à UE venceu no referendo de 23 de Junho passado, com 62% e 55,7% dos votos, respectivamente.


Na argumentação de Nicolas Sturgeon, o voto de Junho, que arrastou a Escócia na decisão de sair da UE, alterou dramaticamente os termos do debate, pelo que se justifica reponderar a independência, não obstante o mais recente referendo ter tido lugar há apenas dois anos, tendo a opção de permanecer parte do Reino Unido sido escolhida por uma clara maioria.


O referendo escocês de 2014 foi, porém, agendado após um acordo político entre Edimburgo e governo nacional sediado em Londres (na altura, chefiado por David Cameron), pelo que esse precedente pode dar agora à primeira-ministra Theresa May a possibilidade de bloquear uma nova consulta.


"Não é apropriado fazer um referendo enquanto as pessoas não sabem qual será a futura relação entre o Reino Unido e a UE. E elas não o saberão que até que o processo Brexit esteja concluído", reagiu, em Londres, o secretário de Estado para a Escócia, David Mundell. 

As pesquisas de opinião mais recentes indicam que uma pequena maioria dos escoceses ainda prefere permanecer parte do Reino Unido, embora a maioria se revele simultaneamente insatisfeita com a saída da UE.


(notícia actualizada às 17h50)

 

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