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Dijsselbloem: Transformar o Reino Unido num paraíso fiscal "seria um louco passo atrás"

O presidente do Eurogrupo deixou alertas sobre o futuro do Reino Unido fora da União Europeia, avisando que transformar o país numa espécie de paraíso fiscal seria mau para Londres e para a UE.

Jeroen Dijsselbloem
24 de Janeiro de 2017 às 16:02
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O presidente do Eurogrupo alertou esta terça-feira, 24 de Janeiro, que o Reino Unido estaria a dar um "louco passo atrás" se optasse por se transformar num paraíso fiscal após a saída da União Europeia. Em entrevista ao canal de televisão RTL, Jeroen Dijsselbloem avisou que essa decisão penalizaria não só o país como o próprio bloco regional.

 

"Seria mau para a Europa, mas também para Inglaterra, para o Reino Unido, acabar como uma espécie de paraíso fiscal da costa europeia", afirmou o presidente do Eurogrupo, citado pela Reuters. "No contexto actual, em que estamos a trabalhar com os britânicos para combater a evasão fiscal, seria um louco passo atrás".

 

Na mesma entrevista, o também ministro das Finanças da Holanda informou que já teve discussões com bancos sediados em Londres, que pretendem transferir-se para Amesterdão após o Brexit, acrescentando que as regras apertadas aplicadas ao sector bancário no país, não parecem constituir qualquer impedimento. "As regras apertadas que temos são para proteger os clientes", explicou.

 

Os comentários do presidente do Eurogrupo surgem no dia em que o Supremo Tribunal do Reino decidiu que o artigo 50.º do Tratado de Lisboa só poderá ser accionado pelo Parlamento de Londres, e não pelo Governo, como pretendia Theresa May.

 

Após o veredicto, o Executivo anunciou que apresentará "nos próximos dias" um projecto de lei no parlamento para lançar o processo de saída da União Europeia, e que o calendário para o Brexit se mantém inalterado, o que significa que o artigo deverá ser accionado até ao final de Março.

 

Só a partir daí poderá negociar com os parceiros do bloco regional os termos da retirada da União Europeia, num processo que deverá estar concluído num prazo máximo de dois anos.

 

A esse respeito, o vice-presidente da Comissão Europeia lembrou hoje que o Reino Unido pode discutir, mas não fechar, acordos de comércio bilaterais enquanto for membro da UE.  

 

"É uma situação legal muito simples", afirmou Frans Timmermans, em declarações aos jornalistas. "Toda a gente pode falar com toda a gente, mas só podem assinar um acordo de comércio com um país terceiro quando saírem da União Europeia". 

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