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Cadeira vazia na entrega do prémio Sakharov a Raif Badawi

O "blogger" de 31 anos foi condenado a dez anos de prisão, a mil chicotadas e a uma multa pesada na Arábia Saudita.

Negócios 16 de Dezembro de 2015 às 12:43
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O Parlamento Europeu entregou nesta quarta-feira, 16 de Dezembro, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2015 a Ensaf Haidar, que recebeu o galardão em nome do seu marido, o 'blogger' saudita Raif Badawi, condenado a dez anos de prisão.

No meio do plenário europeu, reunido em Estrasburgo, foi colocada uma cadeira que permaneceu vazia. Ensaf recebeu o prémio com a foto do seu marido nas mãos e pediu um minuto de silêncio em memória das vítimas dos atentados de Paris. Disse que seria isso que o marido teria pedido caso tivesse sido autorizado a sair da prisão

"Raif Badawi foi suficientemente corajoso para levantar a sua voz e dizer não à barbárie. Foi por isso que o chicotearam", afirmou Ensaf Haidar, mulher do blogger e activista dos direitos humanos saudita.

Por ter criado um 'site' para o debate social e político, considerado ofensivo para o Islão pelas autoridades do seu país, Raif Badawi está preso e foi ainda condenado a mil chicotadas e a uma multa pesada.


O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, voltou a apelar ao fim da pena para o "blogger" de 31 anos. "Badawi tornou-se num símbolo e numa inspiração para todos aqueles que lutam pelos direitos humanos na região e mais além", disse Schulz, durante a cerimónia. "Apesar do risco que enfrentava, enquanto blogger encorajou a liberdade de pensamento e exerceu o seu direito de liberdade de expressão, preenchendo o vazio deixado pela inexistência de imprensa livre no seu país", acrescentou.

 

O presidente do Parlamento Europeu apelou ao Rei Salman da Arábia Saudita para pôr termo à pena de Raif Badawi e para libertá-lo incondicionalmente. Pediu também às autoridades sauditas para "acabar com a repressão sistemática da liberdade de expressão pacífica", referindo-se a pessoas como Waleed Abu al-Khair, Abdulkarim Al-Khodr, Ashraf Fayadh e Ali Mohammed al-Nimr. O presidente foi aplaudido quando apelou à libertação de Mohammed al-Nimr, que foi condenado à morte. E lembrou que a Arábia Saudita foi eleita para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

 

"Estamos preparados para dialogar no que diz respeito aos direitos humanos (...) Nem o terror, nem um sistema penal desumano nos vai dissuadir de lutar (...) Não há argumentos, nem acordos de armas, nem dinheiro do petróleo que nos impeçam de o fazer", sublinhou.

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