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Banco de Espanha melhora previsão de crescimento para 2025 mas alerta para geopolítica

No relatório trimestral com as previsões da economia espanhola, o Banco de Espanha realçou a incerteza que existe atualmente em relação à política de taxas comerciais dos EUA e em relação à flexibilização de regras orçamentais (limites de défice e dívida) na UE.

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11 de Março de 2025 às 15:35
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O Banco de Espanha melhorou hoje em duas décimas a previsão de crescimento da economia espanhola este ano, para 2,7%, e manteve a estimativa de 1,9% em 2026, alertando porém para a incerteza associada à geopolítica.

No relatório trimestral com as previsões da economia espanhola, o Banco de Espanha realçou a incerteza que existe atualmente em relação à política de taxas comerciais dos Estados Unidos, que poderá afetar vários países, assim como em relação à flexibilização de regras orçamentais (limites de défice e dívida) na União Europeia para aumentar "de forma significativa" as despesas públicas com a defesa.

Segundo o banco central de Espanha, "a evidência histórica sugere que, neste tipo de cenários, o crescimento da economia acaba por se ressentir".

A par da revisão em alta da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o Banco de Espanha aumentou em quatro décimas, para 2,5%, a perspetiva de aumento da inflação média este ano no país, justificando com subidas de preços da energia.

O crescimento do PIB espanhol no período 2025-2027 vai apoiar-se, segundo o Banco de Espanha, na procura interna, em especial o consumo privado, devido à previsível "evolução favorável" do rendimento disponível e do mercado laboral, "assim como ao aumento esperado da população".

Já o consumo público vai moderar a sua contribuição para o aumento do PIB nos próximos anos, segundo o Banco de Espanha.

De acordo com a instituição, o investimento vai aumentar o peso no crescimento do PIB espanhol nos próximos trimestres, graças à execução de fundos europeus e melhores condições de financiamento (associadas às taxas de juro), mas continua a ser "a componente da procura com uma trajetória menos dinâmica após a pandemia" de covid-19.

Quanto à procura externa, o Banco de Espanha prevê que seja "ligeiramente negativa" no período 2025-2027 por causa de uma gradual desaceleração das chegadas de turistas estrangeiros ao país e a uma moderação do crescimento das exportações de serviços não turísticos.

Quanto ao mercado de trabalho, o Banco de Espanha estima que a taxa de desemprego em Espanha, uma das mais elevadas da União Europeia, continue a descer no período 2025-2027, embora a um ritmo menor do que em 2024.

Assim, o banco central espanhol estima que a taxa de desemprego passe dos 11,3% de 2024 para os 9,5% em 2027.

Quanto ao défice público espanhol, o banco central calcula que ficou nos 3,4% do PIB no final de 2024, afetado por despesas extraordinárias associadas às inundações em valência de 29 de outubro e a algumas sentenças judiciais desfavoráveis às administrações públicas.

O Banco de Espanha prevê que o défice desça para 2,8% do PIB este ano e para 2,6% em 2026 e 2027 (menos uma décima em cada um dos anos relativamente às estimativas anteriores).

A dívida pública espanhola deverá situar-se em 101,3% do PIB no final deste ano, em 101,6% no fim de 2026 e em 101% em 2027, segundo as estimativas do banco central de Espanha.

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