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Salários dos funcionários da UE poderão aumentar 2,4%

Os funcionários da União Europeia poderão ver os seus salários ser descongelados pela primeira vez desde 2013 depois de vários países terem pedido o exemplo da UE face às medidas de austeridade impostas a vários países.

Reuters
13 de Novembro de 2015 às 18:29
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Os salários dos funcionários da União Europeia deverão aumentar 2,4% no próximo ano. A confirmar-se, este será o primeiro aumento salarial dos últimos dois anos. A medida irá abranger os cerca de 55 mil trabalhadores que fazem parte dos organismos institucionais europeus e implicará, aproximadamente, um aumento de 100 milhões de euros nas despesas de Bruxelas.

É expectável que este aumento, "bem acima da inflação actual", como destaca o Financial Times, enfrente algumas críticas, dado que a remuneração dos funcionários ao serviço de instituições europeias é há muito tema de discussão, especialmente desde a crise de 2008 e do agravamento da dívida das economias da Zona Euro e consequente aplicação de pesadas medidas de austeridade em diversos Estados-membros.

O congelamento dos salários não foi bem recebido pelos funcionários que, na altura, insistiram que as economias nacionais não tinham poder de decisão sobre o aumento automático das remunerações. Mas vários países da União Europeia, com destaque para o Reino Unido, argumentaram que Bruxelas deveria impôr aos funcionários os mesmos cortes que pediu que fossem aplicados aos sectores públicos.

A decisão de congelar os rendimentos em 2013 originou uma mudança na forma como a remuneração anual era definida, passando a depender de uma avaliação feita pelo Eurostat, o instituto europeu de estatística. A fórmula, baseada no custo de vida em Bruxelas e no Luxemburgo, as duas capitais onde habitam mais funcionários das instituições europeias, propõe-se a diminuir a politização dos salários.  

No anterior sistema de remunerações, a sugestão do aumento poderia gerar discussão nas negociações do orçamento anual. Alexander Winterstein, porta-voz da Comissão Europeia, tem outra forma de olhar para a subida dos salários, dizendo que, dividida pelos últimos anos, se traduz num aumento de 0,5% por ano, desde 2010, abaixo da taxa de inflação. Winterstein argumenta ainda que "os funcionários da União Europeia perderam quase 9% do poder de compra – mais do dobro em comparação com funcionários nacionais", acrescentando que os últimos viram o seu salário aumentar, em média, cerca de 6%.

A ser aprovado, o aumento recuará ao último semestre deste ano.

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