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Frota contra incêndios na UE é transitória mas em dobro

Devido à situação de risco, a União duplicou a frota aérea rescEU de combate a incêndios este verão. A reserva inclui agora 28 aeronaves. Portugal terá dois aviões e 65 bombeiros finlandeses e eslovenos pré-posicionados. No longo prazo, o objetivo da UE é ter uma frota aérea permanente e reforçada.
Vasco Gandra 08 de Julho de 2023 às 14:00

A União Europeia prepara-se para mais uma época de incêndios florestais. Muitos têm origem humana e com parte do território comunitário ameaçado pela seca e à medida que as vagas de calor são mais frequentes e longas, o risco de fogos é preocupante.

A maior probabilidade de ocorrências leva a UE a reforçar os meios de combate. A época de incêndios de 2022 foi a segunda pior deste século. Num relatório publicado este mês, a Agência Europeia do Ambiente constata que entre 4 de junho e 2 de setembro do ano passado arderam mais de 5 mil km2, o equivalente ao dobro da área do Luxemburgo. Portugal foi o segundo país europeu mais atingido com 949 km2 de área ardida, a seguir à Espanha (2754 km2). A Comissão estima em cerca de 2 mil milhões de euros os prejuízos causados pelos incêndios em 2022.

A situação este ano pode tornar-se preocupante devido à situação de seca que já se vive em determinadas regiões há várias semanas, ainda antes da chegada oficial do verão. O mais recente mapa, de junho, do Observatório Europeu da Seca mostra que cerca de 45% do território comunitário está em situação de aviso de seca. Um problema que muitos Estados-membros e em certas regiões começou no inverno, excecionalmente seco e quente.

Como se prepara a UE?

Há cerca de um mês, a Comissão Europeia anunciou a duplicação da frota aérea de combate a incêndios, o rescEU - a reserva de meios de proteção civil dos Estados-membros que permite uma resposta europeia em complemento dos meios nacionais -, no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União em que participam os vinte e sete e 9 países terceiros.

A reserva de aeronaves rescEU de combate a incêndios inclui agora 24 aviões e quatro helicópteros de dez Estados-membros. Portugal participa com dois meios aéreos médios pré-posicionados em Castelo Branco. A UE financia 70% dos encargos com estes meios, cabendo 30% ao Estado-membro.

Além disso, 11 países vão enviar um total de 450 bombeiros para ficarem destacados preventivamente em Portugal, França e Grécia. Deste total, 65 bombeiros da Finlândia e da Eslovénia ficam pré-posicionados em Portugal entre 15 de agosto e 15 de setembro para ajudar no eventual combate a incêndios. O conjunto destes meios aéreos e humanos podem ser igualmente mobilizados para combater fogos em Espanha.

Para além da frota rescEU, o Mecanismo de Proteção Civil da União inclui o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência que organiza a assistência comunitária em casos de catástrofes dentro e fora da Europa. O Centro de Coordenação acompanha as situações em tempo real com o apoio de sistemas de alerta precoce, como o Sistema Europeu de Informação sobre Fogos Florestais, e o serviço de cartografia de emergência por satélite do programa Copernicus.

Uma frota permanente europeia

Esta frota aérea é transitória. O objetivo da Comissão Europeia e dos Estados-membros é transformá-la em frota permanente. Mas a escassa oferta no mercado não permite atualmente comprar este tipo de aeronaves.

"Numa perspetiva de mais longo prazo, a Comissão está de facto a desenvolver a sua própria frota. Criar uma frota de aeronaves de combate a incêndios leva tempo, uma vez que a produção global de alguns tipos destas aeronaves foi interrompida. Portanto, o mercado tem estado limitado na oferta de novos aviões anfíbios médios de combate a incêndios", explica ao Negócios um porta-voz da Comissão.

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