Neste novo ano Espanha terá mais 1.000 quilómetros de rede ferroviária de alta velocidade (AVE), revelou esta segunda-feira, 5 de Janeiro, o Governo espanhol citado pelo El País. A rede de alta velocidade será assim aumentada em um terço da sua capacidade actual, o maior aumento desde 1992, ano em que começou a funcionar.

O orçamento destinado à construção dos novos troços da rede atinge os 3.561 milhões de euros de investimento, 48% mais do que em 2014. Deste montante, 285 milhões provêm de ajudas comunitárias, o que provocou a queixa de alguns países membros, como a Alemanha, que critica o excesso de capacidade espanhol, que supera o da maioria dos seus vizinhos.

Em 2015, o AVE chegará a oito capitais de província espanholas, destacando as interconexões galegas. No Norte unirá as quatro maiores cidades da Galiza, assim como, Zamora, León, Palencia e Burgos. No Leste, a alta velocidade unirá Valência com Castellón e Alicante com Múrcia. Estas ligações, dentro do eixo do Mediterrâneo, permitirão o transporte de passageiros e mercadorias com a capital do país, Madrid, em menos de duas horas e meia. Por último, no Sul será concluído o troço entre Sevilha e Cádiz, ao mesmo tempo que se concluirá a ligação com Granada.

O anúncio do avanço da rede espanhola coincide esta segunda-feira, 5 de Dezembro, com a publicação do relatório da auditoria do Tribunal de Contas português que revelou que o projecto do TGV, que pretendia unir Lisboa e Madrid, era inviável em termos financeiros.  

O projecto do TGV começou em 1998 mas, em 2012, a crise obrigou Portugal abandonar a ideia de uma ligação de alta velocidade entre os dois países.

Contudo, mantém-se o projecto de construir uma linha de mercadorias entre o porto de Sines e Elvas, e Elvas/Madrid. Segundo afirmou à agência espanhola Efe o secretário de Infra-Estructuras, Transportes e Comunicações de Portugal, Sérgio Silva Monteiro, em 2015 começarão as obras para a linha de "altas prestações" entre Portugal e Espanha que se prevê concluída em 2019.  

Com esta nova alternativa de união ferroviária ibérica, a conexão luso-espanhola será de alta velocidade na parte espanhola, atingindo os 300 quilómetros por hora, e rápida no lado português, com um máximo de 220 quilómetros por hora. 

(notícia corrigida para dar conta que projecto do TGV em Portugal não arrancou por iniciativa de um Governo de José Sócrates)