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Ucrânia e Rússia trocam acusações sobre destruição de barragem. Kiev fala em "crime de guerra"

A barragem de Kakhovka foi destruída. A infraestrutura era responsável por refrigerar a central nuclear de Zaporizhzhia. A Agência Internacional de Energia Atómica informou que, para já, não existe qualquer risco relativo à segurança nuclear da central. Milhares de pessoas terão de ser retiradas devido a inundações.

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A barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, foi destruída, tendo inundados várias áreas a sul da Ucrânia e comprometido o abastecimento de água de uma central nuclear.

Após a destruição, Kiev e o Kremlin trocaram acusações. A Ucrânia deixou claro que este ato terá "consequências catastróficas", já que vai afetar dezenas de milhares de pessoas e coloca em risco a tarefa de refrigeração dos reatores da central nuclear de Zaporizhzhia.

A Agência Internacional de Energia Atómica informou que para já  "não existe qualquer risco relativo à segurança nuclear da central", mas assegura que está a acompanhar a situação.

O governador de Kherson, onde está localizada a barragem acusou os russos – que dominam a região – de terem destruido a barragem e informou que já tinha ordenado a evacuação de várias aldeias na margem direita do rio.

Perante este cenário, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou uma reunião do Conselho de Segurança com caráter urgente e acusou os russos de terrorismo. 


Já o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, defendeu que se trata de um crime de guerra: "A Rússia destruiu a barragem de Kakhovka, causando provavelmente o maior desastre tecnológico provocado pelo Homem das últimas décadas na Europa, pondo em perigo a vida de milhares de civis. Este é um crime de guerra terrível". Numa mensagem difundida pela rede social Twitter, acrescentou que "a única forma de parar a Rússia, 'o maior terrorista do século XXI', é expulsar (as forças russas) da Ucrânia".

Também no Twitter, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, qualificou a destruição da barragem ucraniana como "um ato ultrajante", considerando que demonstra a brutalidade da guerra da Rússia na Ucrânia. "A destruição da barragem de Kakhovka coloca hoje em risco milhares de civis e causa graves danos ambientais", escreveu Stoltenberg.

O presidente do Conselho Europeu mostrou-se "chocado" pelo "ataque sem precedentes" e escreveu no Twitter que "a destruição de uma infraestrutura civil qualifica-se claramente como um crime de guerra — e vamos responsabilizar a Rússia". Charles Michel disse ainda que a questão será abordada em junho no Conselho Europeu e que será proposto um pacote de ajuda para as áreas afetadas pela inundação.


Entretanto, o Ministério do Interior ucraniano pediu aos residentes de 10 aldeias na margem direita do rio Dnipro e de partes da cidade de Kherson que reúnam os documentos essenciais e animais de estimação, desliguem os aparelhos elétricos e abandonem as casas.

Já as autoridades russas alertaram os residentes das zonas afetadas para o risco de inundações catastróficas. Numa mensagem do Ministério das Situações de Emergência da Rússia, a população é aconselhada a recolher os objetos pessoais necessários, documentos, alimentos para três dias e água potável.

O ministério pediu também à população para desligar o gás e a água, devendo dirigir-se para pontos de encontro comunicados pelas autoridades locais. "Existe uma ameaça de inundação catastrófica dos territórios do distrito urbano de Novo Kakhovka, do distrito municipal de Golopristansky e do distrito municipal de Alyoshkensky", segundo a mensagem citada pela agência oficial russa TASS.

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