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Estados Unidos pressionam Índia em relação à Rússia
O Presidente norte-americano falou esta segunda-feira com o primeiro-ministro indiano, salientando os valores partilhados pelos dois países, numa altura em que os Estados Unidos pressionam a Índia para adotar uma posição mais dura contra a Rússia.
11 de Abril de 2022 às 21:03
Joe Biden e Narendra Modi falaram por videochamada e o Presidente norte-americano evocou a parceria de defesa entre os dois países, considerando que os EUA e a Índia vão "continuar a estreita consulta sobre como gerir os efeitos desestabilizadores desta guerra russa", referindo-se à invasão da Ucrânia.
"A raiz da nossa parceria é uma profunda ligação entre o nosso povo, laços de família, de amizade e de valores partilhados", afirmou Biden.
Modi descreveu a situação na Ucrânia como "muito preocupante" e observou que um estudante indiano morreu no conflito.
Disse também ter falado com o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, fazendo a ambos um apelo à paz.
A Índia condenou os presumíveis crimes de guerra na cidade ucraniana de Bucha e pediu uma investigação independente. Quando a cidade a noroeste de Kiev foi recuperada pelas tropas ucranianas a 31 de março, foram descobertos dezenas de cadáveres nas ruas e em valas comuns.
Ainda assim, Nova Deli absteve-se de responsabilizar a Rússia pela invasão, nomeadamente quando a Assembleia Geral das Nações Unidas votou, na quinta-feira, para suspender os russos do seu lugar no Conselho de Direitos Humanos, devido às alegações de que soldados russos se envolveram em abusos que Washington e Kiev apelidaram de crimes de guerra.
Na conversa entre os dois líderes, Biden planeava falar sobre as consequências da guerra e na necessidade de "atenuar o seu impacto desestabilizador no fornecimento global de alimentos e nos mercados de mercadorias", segundo indicou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em comunicado emitido no domingo.
A Índia continua a comprar petróleo à Rússia, apesar da pressão dos países ocidentais para que tal seja evitado.
Os EUA também consideraram sanções contra a Índia pela sua recente compra de sistemas avançados de defesa aérea russos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.