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Kremlin diz que Abramovich participou nas negociações russo-ucranianas

O empresário participou na organização das negociações que estão em curso para se chegar a um cessar-fogo, disse esta quinta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Suzanne Plunkett
24 de Março de 2022 às 14:06
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O empresário Roman Abramovich participou na organização das negociações que estão em curso entre a Rússia e a Ucrânia para se chegar a um cessar-fogo, disse esta quinta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Sim, ele participou da fase inicial" da organização das conversações, disse o assessor de imprensa da Presidência russa, sublinhando que, agora, as negociações só decorrem entre as duas delegações.

O jornal norte-americano The Wall Street Journal informou que, no início deste mês, funcionários do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos prepararam uma série de sanções contra o oligarca russo, após a ofensiva militar lançada pelo Kremlin, em 24 de fevereiro, contra a Ucrânia.

No entanto, o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca suspendeu essas sanções, a pedido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que recomendou ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que não aplicasse de imediato as medidas punitivas a Abramovich, já que ele poderia vir a servir de mediador com a Rússia no processo negocial, de acordo com o The Wall Street Journal.

Em vários países - incluindo Portugal, onde Abramovich conseguiu a naturalização, pela sua alegada ascendência judaica sefardita - houve movimentações políticas de indignação por o oligarca não ter sido incluído em todas as listas de alvos das sanções económicas contra Moscovo.

Embora Abramovich não faça parte da lista de oligarcas russos sancionados nos Estados Unidos, ele foi sancionado pelo Governo do Reino Unido e pela União Europeia (UE), pela sua "estreita relação de décadas" com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Como resultado dessas sanções, que congelaram os bens de Abramovich e o impediram de entrar no Reino Unido e na UE, o bilionário russo anunciou a venda do clube de futebol inglês Chelsea.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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