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Kiev apela a boicote à Auchan por manter atividade na Rússia

Ministro dos Negócios estrangeiros da Ucrânia critica cadeia francesa de supermercados após esta anunciar a intenção de manter a atividade na Rússia.

A Auchan prevê investir mais 30 milhões até 2025 na experiência de compra virtual.
Marca francesa é criticada pela diplomacia ucraniana. João Cortesão
27 de Março de 2022 às 16:15
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O chefe da diplomacia ucraniana apelou este domingo ao boicote à cadeia francesa de supermercados Auchan, após esta anunciar a intenção de manter a sua atividade na Rússia para apoiar o poder de compra dos cidadãos russos.

"Aparentemente, as perdas de empregos na Rússia são mais importantes do que as perdas de vidas na Ucrânia", escreveu Dmytro Kuleba na rede social Twitter.

"Se a Auchan ignora as 139 crianças ucranianas assassinadas neste mês de invasão russa, ignoremos a Auchan e todos os seus produtos", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.


O apelo ao boicote alarga-se às lojas de artigos para o lar Leroy-Merlin e à marca de desporto Decathlon, todas detidas pelo grupo empresarial francês Mulliez.

Numa mensagem virtual recente à Assembleia Nacional francesa, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou às empresas do país para que se retirem da Rússia e deixem de "patrocinar a maquinaria de guerra russa", aludindo concretamente à Auchan, assim como à fabricante de automóveis Renault.

Em resposta, o grupo francês anunciouque manterá a sua atividade na Rússia, argumentando que abandoná-la neste momento seria "inimaginável do ponto de vista humano".

"O mais importante na nossa opinião é manter os nossos trabalhadores e garantir a nossa principal missão, a de alimentar o povo", disse o responsável do grupo, Yves Claude, ao semanário Le Journal du Dimanche.

A Auchan está presente na Rússia há 20 anos, tem cerca de 30.000 trabalhadores, dos quais cerca de 40% são também acionistas, e 231 lojas, que a empresa teme que sejam expropriadas se deixar o país.

A Renault, que tem na Rússia o seu segundo maior mercado, após a França, anunciou no dia do discurso de Zelensky a suspensão das suas atividades na Rússia devido à invasão da Ucrânia.
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