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Europa tem de “acelerar rollout de energias renováveis” para ganhar independência da Rússia

Temas como a digitalização e também a transição energética não vão ser adiados pela guerra, mas sim “acelerados”, acredita Margrethe Vestager, já que é “este o momento” para agir.

Reuters
30 de Março de 2022 às 16:50
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Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela pasta dos assuntos digitais na União Europeia, sublinha que temas como a digitalização e a transição para energias mais limpas não serão adiados pelo contexto de guerra na Europa - mas sim acelerados. "Temos de acelerar, em vez de dizer que não temos tempo agora. É este o momento", garantiu numa conferência do jornal Politico, em Bruxelas.


"Não temos margem para dizer ‘primeiro a guerra’ e depois os outros temas - temos de fazer tudo ao mesmo tempo. Temos de acelerar todo o ‘rollout’ de energias renováveis para nos tornarmos independentes da Rússia", acrescentou. De acordo com dados do Eurostat, em 2021 a União Europeia importou mais de 24% de energia da Rússia. 


As declarações foram feitas durante a conferência intitulada "Impulsionar a Década Digital da Europa: competitividade, recuperação e resiliência". Nessa ocasião, Vestager destacou também a importância de garantir que o bloco europeu reforça questões como a cibersegurança.


Ainda no tema da guerra na Ucrânia, Vestager afirmou que o bloco está a esforçar-se para garantir que as plataformas digitais não contribuem para o aumento da polarização neste contexto de guerra. "O princípio mais importante é distinguir entre liberdade de expressão e aquilo que vemos agora. Estamos a ver propaganda da velha guarda, é parte do antigo xadrez de guerra", contextualizou. E, nesse sentido, é importante ter noção do que é ou não a manipulação vivida em contexto de guerra. "Não vamos aceitar ser polarizados por manipulação através das redes sociais".


Numa altura em que as sanções a aplicar à Rússia continuam a aumentar - e a própria União Europeia já avançou com sanções ao país liderado por Vladimir Putin, a responsável europeia vincou a importância de acompanhar de forma regular os efeitos destas sanções. 


"As sanções são criaturas vivas, precisamos de acompanhar muito de perto para perceber se estão a ser eficazes ou se há lacunas que precisem de ser fechadas", destacou. "Penso que as sanções são eficazes no terreno, têm um efeito muito grande na economia russa", referiu, para logo a seguir rematar que Bruxelas está a "ver o que é possível fazer para parar o financiamento da guerra".  


Sem pormenores sobre reunião com CEO da Alphabet

Esta quarta-feira, Sundar Pichai, o CEO da Alphabet e também da Google, esteve reunido com Vestager. Questionada sobre que conclusões saíram deste encontro, já que a vice-presidente da Comissão Europeia já aplicou multas de largos milhões à Google, a política dinamarquesa pouco abriu o jogo. 


"Sim, discutimos o DMA [digital markets act] e como começar - o que fazer e como fazer para corresponder a estas questões de conformidade", explicou, sem revelar muito mais sobre a conversa. 


O DMA, a legislação para os mercados digitais, reuniu na semana passada consenso político para o avançar destas regras, pouco mais de um ano após a proposta inicial. 

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