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Banco Mundial prevê queda de 45% no PIB da Ucrânia e economia russa a contrair 11%

O Banco Mundial divulgou este domingo previsões económicas catastróficas para a Ucrânia devido à invasão russa, que tem impacto em toda a região, e alertou para um cenário ainda mais sombrio se o conflito se enraizar.

Lusa_EPA/reuters
10 de Abril de 2022 às 23:53
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O Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia cairá 45,1% este ano, enquanto o da Rússia cairá 11,2%, de acordo com as últimas projeções da instituição sediada em Washington.

Para a Ucrânia o cenário é bem pior do que os 10% a 35% projetados há um mês pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ou os 20% anunciados em 31 de março pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

Toda a região está a sofrer as consequências económicas da guerra, que começou em 24 de fevereiro e já causou a fuga de mais de quatro milhões de ucranianos para a Polónia, Roménia e Moldova, bem como o aumento dos preços dos cereais e da energia.

O Banco Mundial prevê uma contração do PIB de 4,1% este ano em todos os países emergentes e em desenvolvimento da Europa e da Ásia Central, em comparação com um crescimento de 3% antes da guerra. Um cenário muito pior do que a recessão provocada pela pandemia de covid-19 em 2020 (-1,9%).

Só a Europa de Leste deverá ver o seu PIB cair 30,7% em comparação com o crescimento de 1,4% esperado antes da invasão.

"Os resultados da nossa análise são muito sombrios", disse Anna Bjerde, a vice-presidente do Banco Mundial responsável pela região, numa conferência telefónica.

"Trata-se do segundo grande choque para a economia regional em dois anos e chega num momento muito precário, uma vez que muitas economias ainda estavam a lutar para recuperar da pandemia", observou.

Os autores do relatório observam que a Moldova é também suscetível de ser um dos países mais duramente atingidos pelo conflito, não só devido à sua proximidade geográfica com a guerra mas também devido às suas vulnerabilidades inerentes enquanto pequena economia estreitamente ligada tanto à Ucrânia como à Rússia.

Além disso, esta parte da Europa está dependente do gás natural para satisfazer as suas necessidades energéticas.

Para o Banco Mundial a perspetiva mais sombria é mesmo para a Ucrânia, tendo em conta que as receitas fiscais diminuíram, empresas fecharam, o comércio está afetado e as exportações de cereais são quase impossíveis em grandes partes do país.

O aumento da pobreza também deverá fazer-se sentir, com a percentagem de pessoas a viver com 5,5 dólares por dia a passar de 1,8% em 2021 para 19,8% este ano, segundo os cálculos do Banco Mundial.

Para fazer as previsões o Banco assumiu que a guerra vai durar "mais alguns meses". E admite que elas estão sujeitas a "grande incerteza" em relação ao impacto real da guerra na zona euro.

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