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Ucrânia: Tesouro dos EUA quer endurecer leis e impedir financiamento ilícito russo

"As finanças ilícitas são uma grande ameaça à segurança nacional e em nenhum lugar isso é mais aparente do que na guerra da Rússia contra a Ucrânia, apoiada por décadas de corrupção pelas elites russas", salientou a secretária assistente do Tesouro responsável pelo combate ao financiamento do terrorismo.

Lusa_EPA/reuters
14 de Maio de 2022 às 09:42
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O Departamento do Tesouro norte-americano divulgou esta sexta-feira recomendações para endurecer as leis de proteção contra lavagem de dinheiro e ameaças ao sistema financeiro, dando como exemplo russos que apoiam a invasão da Ucrânia e exploram estas lacunas.

 

Este documento estratégico, de 32 páginas, do Tesouro norte-americano, descreve as recomendações para resolver as lacunas nas leis de combate à lavagem de dinheiro, combater o uso de imóveis para esquemas de lavagem de dinheiro e melhorar a partilha de informações entre o governo e as empresas financeiras do setor privado.

 

"As finanças ilícitas são uma grande ameaça à segurança nacional e em nenhum lugar isso é mais aparente do que na guerra da Rússia contra a Ucrânia, apoiada por décadas de corrupção pelas elites russas", salientou Elizabeth Rosenberg, secretária assistente do Tesouro responsável pelo combate ao financiamento do terrorismo.

 

Indivíduos e entidades sancionados podem remover informações de identificação ou simplesmente ocultar as contas bancárias, alertou o Departamento do Tesouro.

 

Os visados podem também usar criptomoedas, a um nível limitado, ou esconderem-se atrás de uma empresa de fachada para evitarem as sanções financeiras.

 

"Precisamos de tapar as falhas, de trabalhar de forma eficiente com parceiros internacionais e alavancar novas tecnologias para enfrentar os riscos representados pela corrupção, o aumento do extremismo violento doméstico e o abuso de ativos virtuais", frisou Rosenberg.

 

A cada dois anos, o Tesouro divulga um relatório com recomendações sobre como preencher as lacunas que podem facilitar o financiamento terrorista e ilícito.

 

A invasão da Ucrânia pela Rússia "demonstra que aqueles que procuram minar a segurança e a estabilidade globais estão a explorar essas mesmas brechas", pode ler-se no relatório.

 

O Departamento do Tesouro apontou para o número de sanções impostas a pessoas e entidades devido à guerra e o potencial que os indivíduos sancionados têm para escaparem das sanções.

 

No início deste mês, o Tesouro proibiu indivíduos nos EUA de fornecer serviços de contabilidade, jurídicos e de consultoria a qualquer pessoa localizada na Rússia.

 

Os EUA trabalham em estreita colaboração com governos aliados na Europa, Ásia e outras regiões para impor milhares de sanções às elites, oligarcas e bancos russos.

 

No início deste ano, o Tesouro, o Departamento de Justiça e outras agências convocaram uma 'task force' conhecida como REPO, para trabalhar com outros países para investigar e processar oligarcas e indivíduos aliados ao Presidente russo Vladimir Putin.

 

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

 

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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