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Seguro: "Olhamos para a Europa e não gostamos daquilo que vemos"
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António José Seguro, reconheceu hoje, em Lisboa, que, quando olha para a Europa, não gosta do que vê.
No discurso de encerramento da iniciativa "Novo rumo para Portugal", dedicada ao tema da Europa, o líder do PS reafirmou o "compromisso dos socialistas com o projeto europeu", mas com um projeto que não deixe "ninguém para trás nem nenhum país fora" do progresso e do bem-estar.
"Olhamos para a Europa e não gostamos daquilo que vemos", reconheceu, porém, criticando o actual projecto europeu por "dividir" países do Norte e países do Sul.
"Muito menos gostamos daquilo que a Europa decide aplicar em Portugal", realçou.
"São os portugueses que fazem o país. Se os portugueses estão pior, Portugal está pior", assinalou.
Renovando o apelo para que todos participem para "mudar Portugal e voltar de novo a dar confiança aos portugueses", Seguro recordou: "a Europa tem tudo a ver connosco."
A alternativa à "subserviência do Governo" é o regresso à matriz fundacional" e obriga a uma mudança nas lideranças políticas, defendeu.
"Uma coisa é a sustentabilidade do Estado, outra é reduzi-lo ao mínimo", distinguiu. "Necessitamos, com urgência, de corrigir os desequilíbrios que a crise gerou na União Europeia", vincou.
Seguro propôs ainda outro papel para o Banco Central Europeu, nomeadamente no combate à especulação financeira e, preocupado com o desemprego jovem, defendeu que a política económica deve apostar na criação de postos de trabalho.
Depois de salvo o euro, é preciso "salvar as pessoas", instou. "A Europa só tem sentido se responder aos problemas concretos dos cidadãos", frisou.
Antes do discurso de encerramento do secretário-geral, Francisco Assis, cabeça de lista do PS às eleições europeias de 25 de maio, afirmou-se "europeísta e disposto a lutar" pelo projeto socialista para uma Europa "mais solidária, mais justa" e "que se recuse a ser de ricos e de pobres".
Para Assis, o que vai estar em discussão nos próximos tempos é saber como Portugal vai "enfrentar os anos do pós-'troika'".
Apelando a uma maioria no Parlamento Europeu para os socialistas, Assis sublinhou que "é melhor um alemão progressista do que um português liberal" à frente da Comissão Europeia, aludindo a Martin Schulz e Durão Barroso, respetivamente.