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Refugiados: Grécia rejeita críticas da União Europeia
Atenas rejeitou as críticas de Bruxelas à sua gestão da crise de refugiados e recusa a intervenção europeia nas fronteiras gregas. O comunicado surge um dia antes de Portugal receber o primeiro grupo de refugiados, sendo que parte dele chega de um centro de acolhimento grego.
Atenas rejeita as críticas da Comissão Europeia face à sua gestão do número de migrantes e refugiados que procuram asilo na Europa através da porta grega. O Governo grego disse ainda recusar patrulhas conjuntas ou observadores nas suas fronteiras, depois de algumas potências europeias terem expresso a Bruxelas o desejo de uma maior força interventiva no controlo das fronteiras gregas.
O pedido havia resultado na apresentação, esta terça-feira, 15 de Dezembro, de uma proposta destinada a reforçar os poderes da Frontex, a agência europeia de controlo de fronteiras, e que prevê o envio de guardas europeus para as fronteiras externas mal protegidas, e mesmo que o país em causa não o solicite.
No entanto, o Governo grego respondeu que "a vigilância das fronteiras é da responsabilidade nacional" e relembrou Bruxelas que solicitou "1.600 guardas-fronteiriços e 100 máquinas Eurodac, mas até ao momento apenas recebeu 170 guardas-fronteiriços e 48 máquinas Eurodac", utilizadas para a identificação e registo dos migrantes.
Ao longo do ano, a guarda costeira salvou mais de 94 mil refugiados. No mesmo período morreram afogados 206 refugiados e até Novembro foram detidos 413 traficantes de pessoas.
Atenas queixa-se da falta de apoio dos restantes Estados-membros da União Europeia no alojamento e sublinha a "muito rara" colaboração dos países de origem, reconhecendo progressos na relocalização dos refugiados. Segundo os números oficiais, os gregos já gastaram mais de mil milhões de euros do seu orçamento nacional para lidar com a crise dos refugiados.
Portugal recebe primeiro grupo de refugiados da Grécia
Justamente ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia, Portugal recebe esta quinta-feira, 17 de Dezembro, um grupo de 24 refugiados, de centros de acolhimento gregos e italianos. A relocalização do grupo de refugiados que chega a Portugal através da Grécia aumenta assim para 76 o número de requerentes de asilo relocalizados pela Grécia.
No entanto, segundo o Diário de Notícias, a Câmara da Marinha Grande só tomou conhecimento da chegada dos refugiados ao município através da comunicação social, não tendo sido previamente contactada pelo Ministério de Administração Interna.