Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

OCDE mais otimista para a economia mundial vê Zona Euro crescer 3,9% este ano

A OCDE reviu em alta as previsões para a Zona Euro que deverá crescer 3,9% este ano. Na raiz do crescimento estão os estímulos a aplicar durante o ano e as medidas de apoio ao emprego de alguns países.

A carregar o vídeo ...
09 de Março de 2021 às 10:00
  • ...

O último relatório económico da OCDE, hoje divulgado, prevê um crescimento de 3,9% para a zona Euro - uma revisão em alta de 0,3 pontos percentuais face às previsões de dezembro. Em todo o mundo a OCDE prevê um crescimento da produção de 5,5% para 2021 e 4% para 2022, devendo atingir níveis pré-pandémicos a meados deste ano.

Na raiz da subida está uma recuperação mais rápida do que esperado no final de 2020 e as boas notícias em relação ao aceleramento na produção de vacinas contra a Covid-19. Ainda assim, a OCDE salienta algumas divergências entre economias e setores.

Segundo o relatório, a Europa tem sido uma das zonas onde a recuperação é mais modesta, muito devido aos vários surtos que vão surgindo pelo continente com uma repercussão direta no número de horas trabalhadas em muitas áreas do setor dos serviços. Este impacto sente-se sobretudo em economias especializadas no turismo, que experienciaram uma queda mais abrupta do PIB em 2020.


Este relatório da OCDE apenas atualiza as estimativas para as grandes economias, pelo que não mexe nas previsões para a economia portuguesa. Em dezembro a OCDE apontava para um crescimento de apenas 1,7% no PIB português este ano.

A OCDE está também mais otimista para a economia mundial, antevendo um crescimento de 5,6% este ano, o que representa uma melhoria de 1,4 pontos percentuais face à estimativa de dezembro. A OCDE antecipa que a economia global já terá recuperado para níveis pré-pandemia em meados deste ano, embora alerte que a recuperação está a ser feita a ritmos diferentes.

Dentro da Zona Euro, a Alemanha vai crescer 3% este ano e 3,7% em 2022, com França a registar uma expansão mais robusta (5,9% este ano e 3,8% em 2022). O mesmo acontece em Espanha, que crescerá 5,7% em 2021 e 4,8% em 2022, previsões que representam uma revisão em alta de 7 e 8 décimas, respetivamente.


O impacto das medidas de confinamento parece estar a ter menos peso face à primeira vaga. A economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, justifica isto, em parte, com melhores estratégias de saúde pública por parte dos Estados, que podem ter menos custos do que as da primavera passada e custar menos no ‘ressalto’ depois de retiradas.

Os indicadores da OCDE apontam também para uma maior divergência entre países que levantaram as medidas mais restritivas  e os que as mantiveram, observando-se uma resultados positivos em países como os Estados Unidos, Austrália e Japão face aos mais confinados como a Alemanha ou o Reino Unido. As mesmas medidas são responsáveis por um crescimento no setor das viagens e do comércio a retalho nas economias emergentes.

Um indicador positivo é o comércio de mercadorias em todo o mundo que parece ter regressado a "níveis pré-pandémicos" à boleia da crescente procura por componentes informáticos e equipamentos médicos. Também o investimento corporativo cresceu a pique, apesar de uma "incerteza continua no curto-prazo e do alto endividamento empresarial".

Emprego recupera nos países com mais ajudas

O relatório da conta de um pequeno crescimento do mercado de trabalho à boleia de estratégias de apoio como as adotadas na Europa e no Japão. Ainda assim, entre as economias analisadas existem agora mais 10 milhões de desempregados do que no início da pandemia, afetando sobretudo os países em desenvolvimento.

Em termos de horas de trabalho, trabalha-se em média menos 5% nas maiores e mais avançadas economias, com destaque para uma queda "nos serviços com altos níveis de interação social como lazer, hospitalidade, transportes e comércio retalhista e grossista", que juntos perfazem cerca de "20 a 30% do emprego na maioria das economias".

Nos Estados Unidos os apoios fiscais devem ser mais alargados do que na maior parte do mundo, sobretudo devido ao Consolidated Appropriations Act que concentra 900 mil milhões de dólares (4% do PIB dos EUA) em ajudas à habitação e aos desempregados num país que já vê indicadores como o orçamento disponível das famílias e o seu consumo real a disparar 11% e 2%, respetivamente. Pela Europa o fundo Next Generation deve entrar em vigor durante o ano, mas o investimento de apenas 1% do PIB da zona Euro é mais contido.

Europa vai crescer, mas há quem cresça mais

Apesar da previsão de crescimento de 3,9% para a zona euro ser positiva, há países com crescimentos a anos-luz lá fora, é o caso dos EUA (6,5%), da China (7,8%) e da Turquia (5,9%), mas sobretudo da Índia, que a OCDE prevê crescer cerca de 12,6% em 2021.

No caso específico dos três últimos países voltaram mesmo a atingir níveis pré-pandémicos, muito devido às fortes políticas fiscais e à recuperação em setores como a construção e a manufatura. No caso da China e da Índia ajuda também o facto de serem produtores de vacinas, sobretudo a Índia que é responsável por produzir grande parte dos compostos químicos utilizados em todo o mundo na produção de medicamentos.

Mesmo na zona euro existe discrepâncias, com França e Espanha a liderarem o crescimento europeu com previsões de 5,9% e 5,7%, respetivamente.




(notícia em atualização)

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio