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Mudança no SPD deixa coligação do governo de Merkel em risco

Os novos líderes do SPD já avisaram que para continuarem na coligação vão exigir alterações das políticas governamentais. A líder da CDU respondeu que não haverá alterações no acordo.

Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken são os novos líderes do SPD Reuters
02 de Dezembro de 2019 às 09:34
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A relação entre os partidos que formam a coligação governamental na Alemanha está a passar por uma fase difícil, que no limite pode colocar em causa a continuidade do Executivo liderado por Angela Merkel.

  

O SPD, que em conjunto com a CDU forma a coligação governamental, realizou eleições no sábado e a vitória foi de Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken. Os dois novos líderes têm sido críticos do Governo e sobretudo do ministro das Finanças, Olaf Scholz, que é do SPD.

 

Depois da vitória para a liderança do partido, os novos líderes já avisaram que para continuarem na coligação governamental vão exigir alterações das políticas governamentais, sendo que o caderno de encargos vai ficar definido no congresso do partido que arranca esta sexta-feira em Berlim e vai durar três dias.

 

Mas a CDU apressou-se a esvaziar as pretensões do SPD e já deixou claro que não haverá lugar a qualquer renegociação do acordo que permitiu a aliança entre os dois partidos e que o SPD pode abandonar a coligação caso não esteja satisfeito.

   

O aviso aos novos líderes do SPD foi dado por Annegret Kramp-Karrenbauer, conhecida por AKK, e que substituiu Merkel na liderança da CDU. "Não somos um serviço de terapia para os partidos no governo", disse a também ministra. "A nova liderança do SPD deve decidir se quer permanecer nesta coligação ou não", disse em entrevista à ZDF, citada pela Bloomberg.

 

Apesar de querer alterar as políticas do governo alemão, a nova liderança do SPD assegurou no sábado que não pretende abandonar a coligação de forma abrupta e pretende manter o seu ministro das Finanças, Olaf Scholz.

 

Segundo a Bloomberg, o objetivo de Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken passa por convencer o Governo alemão a abandonar a política de equilíbrio orçamental (aumentado a despesa pública) e aumentar o salário mínimo.

 

A agência de notícias diz também que as relações entre o SPD e a CDU podem agravar-se devido à necessidade de AKK exercer a sua autoridade no partido e sair da sombra de Merkel.

 

"Queremos governar com base no que foi acordado. Estamos focados nisso e não no estado mental de qualquer parceiro de coligação", afirmou AKK na entrevista ao canal alemão.

 

O SPD realizou agora eleições depois da forte perda de votos do partido nas europeias ter levado à demissão da anterior líder Andrea Nahles. A vitória de Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken virou o partido à esquerda, o que torna mais difícil a continuidade a prazo da coligação liderada por Merkel. A alemã está na liderança do governo alemão há 14 anos.

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