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Ministro alemão admite "fracasso completo" da UE no controlo de fronteiras
O ministro dos Transportes alemão Alexander Dobrindt admitiu hoje o "fracasso completo" da União Europeia (UE) para controlar as fronteiras externas face ao afluxo de migrantes e pediu medidas "eficazes".
"Medidas eficazes são necessárias agora para parar o afluxo" perante o "total fracasso da UE", onde "a protecção das fronteiras externas não funciona mais", escreveu num comunicado, citado pela agência AFP.
Segundo o ministro alemão, os "limites de capacidade" de acolhimento da Alemanha "foram alcançados" e "este sinal deve ser entendido de forma inequívoca" por outros países europeus, acrescentou.
"A Alemanha ajudou os refugiados durante meses e com uma extensão muito maior do que todos os outros países europeus", lamentou Alexander Dobrindt, que é membro da ala mais conservadora da associação cristã da chanceler alemã Angela Merkel.
A sua política de abertura e generosidade para com os milhares de imigrantes que fugiam das guerras e perseguições desperta não só crítica na Europa Oriental, mas também dentro de seu próprio partido. Esta semana, a chanceler pediu em particular à Grécia que fizesse mais controlo da sua fronteira com a Turquia, um importante ponto de trânsito para os imigrantes.
O ministro dos Transportes referiu ainda que a Alemanha espera receber este ano um recorde de 800.000 pedidos de asilo e que a capital da Baviera, Munique, porta de entrada dos refugiados, registou um sobrecarregamento de afluxo pela segunda semana consecutiva.
Cerca de 12.200 refugiados chegaram à cidade apenas no dia de sábado e alguns tiveram de dormir do lado de fora por falta de espaço nos abrigos.
Mais de quatro mil pessoas que fogem da guerra e da pobreza dos países do Médio Oriente e da Ásia chegaram no sábado à Hungria, vindos da Sérvia, segundo a polícia húngara.
No total, terão entrado no país cerca de 4.330 pessoas, um número que coloca o dia de sábado como sendo o que registou o maior número de pessoas até agora.
Os refugiados, na sua maioria oriundos da Síria, Iraque e Afeganistão, entraram através da fronteira de Röszke, onde o Governo húngaro tinha uma barreira de arame farpado e que agora está a reforçar com um muro de quatro metros de altura que deverá estar concluído muito brevemente.
Entretanto, na estação ferroviária de Keleti, na capital húngara, milhares de pessoas continuam à espera para embarcar e seguir até perto da fronteira com a Áustria, país onde acabam por entrar a pé para depois seguir viagem até à Alemanha, o destino preferido da maioria.
Em Nickelsdorf, do lado austríaco da fronteira, chegaram no sábado 6.600 pessoas, mas durante a madrugada de hoje a situação foi mais tranquila: Esta manhã havia apenas 40 pessoas à espera para seguir para Viena ou outras cidades austríacas, segundo a agência de notícias espanhola EFE.