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Le Pen defende novo imposto sobre contratos laborais com estrangeiros

A líder da Frente Nacional e favorita a passar à segunda volta das presidenciais gaulesas revelou que planeia criar mecanismos que favoreçam o emprego a nacionais franceses mediante o estabelecimento de um "imposto adicional sobre todos os novos contratos [de trabalho] com trabalhadores estrangeiros".

Reuters
02 de Fevereiro de 2017 às 16:18
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Em entrevista concedida ao Le Monde e publicada esta quinta-feira, 2 de Fevereiro, a líder da força de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, disse querer promover a discriminação positiva dos trabalhadores franceses através da criação de um "imposto adicional sobre todos os novos contratos [de trabalho] com trabalhadores estrangeiros".

 

Le Pen acrescentou que as receitas resultantes da aplicação deste imposto adicional reverteriam também para o financiamento do pagamento de subsídios de desemprego. Segundo estatísticas oficiais do Governo gaulês, em 2014 a massa trabalhadora estrangeira em França representava 5,5% do total da força laboral do país.

De acordo com Florian Philippot, conselheiro da FN citado pelo site Politico, esta medida seria uma espécie de "imposto Theresa May", uma vez que esta proposta replica o essencial de uma estratégia já anunciada pela primeira-ministra britânica após a vitória do Brexit no referendo britânico.

Ainda na entrevista ao Le Monde, a líder da FN defendeu também a taxação de 3% sobre as importações de bens e serviços, medida que Le Pen acredita permitir amealhar pelo menos 15 mil milhões de euros sem impactar negativamente no poder de compra das famílias.

 

A candidata ao Eliseu, que lidera praticamente todas as sondagens e que tem já como um dado quase adquirido a passagem à já quase certa segunda volta das presidências gaulesas, é a favor da prossecução de políticas proteccionistas que combatam as "deslocalizações selvagens". Não sendo difícil encontrar paralelismos às medidas defendidas por Donald Trump, Le Pen admitiu rever-se no discurso de posse do novo presidente dos Estados Unidos, declarando "morte ao ultraliberalismo".

 

Le Pen já garantiu que se for presidente de França irá promover a realização de um referendo idêntico ao do Brexit, questionando o eleitorado gaulês sobre a permanência no bloco europeu.

 

"Irei imediatamente a Bruxelas negociar o regresso das quatro soberanias: monetária, legislativa, orçamental e territorial. E passados seis meses das eleições organizarei um referendo sobre a saída da UE", afiança.

 

A líder da FN, que é também eurodeputada, referiu-se ainda à decisão do Parlamento Europeu que obriga Le Pen a devolver a Bruxelas mais de 300 mil euros por alegadamente recorrer a assistentes pagos pelo orçamento comunitário para trabalho relacionado com o partido e não com a União Europeia. Le Pen assegurou que não irá "sujeitar-se" a uma decisão que classifica de "arbitrária e unilateral" que apenas visa tentar impedi-la de desempenhar o seu mandato no plenário europeu.

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