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Sete meses depois das eleições, Holanda prepara governo com quatro partidos

O primeiro-ministro Mark Rutte alcançou um acordo que envolve quatro partidos e que poderá desbloquear o impasse resultante das últimas eleições que produziram o parlamento mais polarizado de sempre na Holanda.

O primeiro-ministro Mark Rutte pode anunciar o acordo na terça-feira Reuters
09 de Outubro de 2017 às 13:48
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Quase sete meses depois das eleições gerais de Março, a Holanda poderá estar à beira de ter novamente um governo em plenitude de funções. O primeiro-ministro Mark Rutte está assim a caminho de liderar uma terceira solução governativa, desta feita formada por quatro partidos.

 

De acordo com a imprensa holandesa, citada pelo site Politico, esta segunda-feira, 9 de Outubro, foi divulgado uma proposta de acordo de governo pelo chefe de negociação, Gerrit Zalm, em Haia. Cada um dos quatro partidos envolvidos irá apresentar, esta tarde, o esboço de acordo aos respectivos grupos parlamentares, sendo que na terça-feira Zalm revelará se há, ou não, consenso.

 

Se houver acordo, o responsável máximo pelas negociações dará na terça-feira uma conferência de imprensa em que apresentará com maior detalhe as linhas gerais do acordo de governo, a que se seguirá depois a discussão do mesmo na câmara baixa do parlamento holandês.

 

O acordo preliminar envolve quatro forças partidárias, os liberais de centro-direita do VVD de Mark Rutte, que venceram as eleições de Março último, os democratas-cristãos do CDA, os também liberais do D66 e ainda os conservadores-cristãos da CU. A confirmar-se a perspectiva de acordo final de governo, o novo executivo deverá tomar posse na semana que começa a 23 de Outubro, refere a imprensa local.

 

A incerteza relativa ao próximo governo holandês, com o país há mais de 200 dias a tentar negociar uma solução governativa, resultou do facto de as últimas eleições terem produzido o parlamento mais fragmentado da história holandesa, com 13 partidos representados.

 

Esta polarização deixou claro desde logo que o próximo governo teria de ser composto por quatro partidos, já que uma aliança mais natural e previsível entre o VVD, o CDA e o D66 não permitia alcançar o limiar mínimo de 76 deputados que permite chegar à maioria absoluta. A solução a quatro agora apresentada alcança à risca a maioria absoluta, com precisamente 76 do total de 150 assentos parlamentares.

 

Esta não foi a primeira solução a ser testada, já que até aqui o VVD, o CDA e o D66 tinham tentado chegar a acordo com os ecologistas do Esquerda Verde (GL, na sigla original). Porém, as posições mais favoráveis à imigração reveladas pelos ambientalistas acabaram por vetar ao insucesso as conversações.

 

Logo à partida ficou afastada a possibilidade de o VVD reeditar a coligação de governo do último mandato – e que ainda governa em gestão – com os trabalhistas do PvdA, que obtiveram a maior derrota de sempre ao perderem 29 assentos face às eleições de 2012, penalizados também pelo facto de as medidas de austeridade terem sido implementadas por um ministro socialista, o bem conhecido líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

 

Mesmo após tantos meses sem governo, a economia holandesa não parece ter sofrido qualquer sobressalto, com o PIB do país a avançar 1,5% no terceiro trimestre face ao período homólogo. 

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