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Grécia: Responsável de privatizações demite-se por motivos éticos

Stelios Stavridis demitiu-se depois de ter sido fotografado a viajar no jacto privado do multimilionário com quem tinha acabado de assinar o acordo de privatização da Opap.

19 de Agosto de 2013 às 12:12
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O responsável pelo fundo de privatizações estatais grego (Taiped) demitiu-se no último domingo, por “razões éticas”, segundo o jornal britânico “Finantial Times”. Stelios Stavridis foi pressionado pelo ministro das Finanças grego a renunciar ao cargo depois de ter sido fotografado a viajar no avião privado do magnata do petróleo Dimitris Melissanidis.

 

A “boleia” de Melissanidis a Stavridis aconteceu depois de os dois terem assinado o acordo de privatização da Opap, empresa pública de apostas futebolísticas, a 12 de Agosto.

 

Stradivaris afirma não estar “arrependido” por ter aceite a oferta, embora lamente ter deixado o Governo de Atenas numa posição difícil. O antigo líder da Taiped, qua ainda não tem substituto, reiterou ainda a sua transparência, em tudo o que faz, segundo declarações à Skai, citadas pelo “Kathimerini”, na sua edição online.

 

Quanto à decisão do ministro das Finanças, Yannis Stournaras, Stavridis mostrou-se compreensivo, afirmando que este enfrentava a “pressão de toda a sociedade”. Apesar de reconhecer que o seu acto poderia gerar dúvidas, o Executivo afirmou que a “opinião pública tem tendência a focar-se nas aparências”, em detrimento da essência.

 

Stelios Stravidis esclareceu ainda que as negociações para a privatização da Opap foram conduzidas por Yannis Emiris, director geral da Taiped, e não por ele, seguindo os termos do contrato.

 

O processo de negociações entre a Taiped e a Emma Delta, liderada por Melissandis não foi fácil, chegando a temer-se que o acordo não se concretizasse. Yannis Stournaras, ministro das Finanças da Grécia informou já que o incidente não afectará o acordo de privatização da Opap, já conseguido.

 

Até ao final de 2016, a Grécia deve alienar 15 mil milhões de activos. Este acordo que concede a Melissanidis uma quota de 33% da Opap permite à Grécia encaixar 650 milhões de euros.

 

A demissão de Stelios Stravidis da presidência da Taiped é a terceira dos últimos 12 meses. Stravidis supervisionou também a privatização da Desfa, rede pública de gás, privatizada por 450 milhões de euros.

 

Antes de ser conhecida esta decisão, o vice primeiro-ministro grego tinha afirmado que o começo do novo ano político, em Setembro, será ainda mais importante do que no ano anterior. Evangelos Venizelos lembrou a importância da estabilidade política, bem como do apoio ao crescimento, emprego e sustentabilidade da dívida, segundo a agência Bloomberg.

 

No mesmo dia, Yannis Stournaras lembrou que não se antecipa uma solução simples para que os bancos gregos recuperem o dinheiro dos créditos à habitação que não foram pagos. O responsável pela pasta das Finanças gregas afirmou que, se por um lado é preciso proteger aqueles que por razões económicas não conseguiram pagar as hipotecas, por outro este incumprimento terá também custos económicos e sociais.

 

Para além disto, as unidades bancárias que aconselharam os clientes a investirem em obrigações emitidas pelo governo grego poderão enfrenta outros problemas. Aos obrigacionistas terá sido garantido que as obrigações soberanas eram o investimento mais seguro caso a crise assolasse a Grécia. “Mais seguros do que os depósitos bancários”, explica Ioannis Marinopoulos que preside a FPOED, associação que representa 15 mil obrigacionistas.

 

Os investidores exigem uma compensação pelo corte de 75% que foram obrigados a aceitar sobre o valor que investiram. A medida terá resultado de um acordo com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

“Estamos determinados a tomar quaisquer medidas legais que sejam requeridas para ter o nosso dinheiro de volta”, afirmou Marinopoulos, de acordo com o “FT”. A FPOED é apenas um dos vários grupos de investidores que considera tomar medidas legais contra instituições financeiras locais ou internacionais.

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