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Governo italiano pondera comprar posição maioritária na Autostrade   

Fontes próxima do primeiro-ministro transalpino avançam que o governo italiano está a contemplar a possibilidade de avançar para a compra de uma posição maioritária na Autostrade per l’Italia. O governo assumiria o controlo da empresa responsável pela gestão de infra-estruturas rodoviárias através do banco estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP).

Reuters
David Santiago dsantiago@negocios.pt 21 de Agosto de 2018 às 21:48

O governo italiano poderá recorrer ao banco estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP, detido em mais de 80% pelo Ministério da Economia da Itália) para comprar uma posição maioritária na Autostrade per l’Italia e assim assumir o controlo da empresa responsável pela gestão de um conjunto alargado de infra-estruturas rodoviárias transalpinas.

De acordo com a informação prestada por duas fontes anónimas à Reuters, o governo italiano pondera assim nacionalizar parte da Autostrade, empresa controlada pela holding Atlantia e que detinha a gestão do viaduto Morandi que colapsou em Génova provocando a morte a 43 pessoas.

O Ministério das Finanças liderado por Giovanni Tria negou ter qualquer conhecimento de que tal proposta esteja em cima da mesa. No entanto, esta é uma questão que está a dividir o executivo transalpino de coligação entre o Movimento 5 Estrelas de Luigi Di Maio e a Liga de Matteo Salvini.

Depois de vários membros do governo ligados ao 5 Estrelas terem defendido publicamente a nacionalização da rede de auto-estradas do país, Giancarlo Giorgetti (Liga), vice-presidente do conselho de ministros, afirmou-se frontalmente contra essa opção.

"Não estou convencido de que a gestão do Estado seja mais eficiente" que a dos privados, disse Giorgetti citado pelo La Stampa.

No entender de Giorgetti, antes de avaliar a nacionalização é primeiro preciso estudar a possibilidade de reversão da concessão da gestão atribuída à Autostrade per l’Italia, ideia anteriormente defendida pelo vice-primeiro-ministro e líder da Liga, Salvini. Contudo, o próprio Salvini já assumiu que está em cima da mesa a nacionalização das auto-estradas.

Segundo contas feitas pelo La Stampa, a nacionalização da gestão das auto-estradas transalpinas teria um custo em torno dos 20 mil milhões de euros. Uma fonte próxima do primeiro-ministro Giuseppe Conte também disse à Reuters que tal cenário está em cima da mesa.

Esta segunda-feira, Giorgetti também revelou que Roma está a pensar avançar com um "grande plano de investimentos em obras públicas", o que poderá levar ao ultrapassar do limite do défice fixado por Bruxelas em 3% do PIB.

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